Professoras/es da ADUNEB participam de protesto nacional contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia

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Professoras e professores da ADUNEB somaram suas vozes à indignação de milhares de pessoas do país e foram às ruas neste histórico domingo (21). Os protestos aconteceram em todas as capitais, no Distrito Federal e em várias outras cidades, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e a anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

 A PEC da Blindagem, também conhecida como PEC da Bandidagem, foi aprovada pela Câmara dos Deputados na quarta-feira (17), em regime de urgência, e protege parlamentares de investigações e processos criminais. Para que esses processos ocorram, será necessária a prévia autorização do Congresso Nacional. A PEC agora segue para análise do Senado. A Câmara também decidiu acelerar a proposta de anistia, que tem como objetivo perdoar os condenados por tentativa de golpe. A intenção é abranger, inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acaba de ser condenado a mais de 27 anos de prisão.

 Milhares de manifestantes ocuparam a Avenida Oceânica, na Barra, em Salvador

  Em Salvador, o protesto aconteceu pela manhã, na orla da Barra. Milhares de pessoas se reuniram no Morro do Cristo, com a participação de artistas como Daniela Mercury, Wagner Moura, Nanda Costa e Lan Lanh. O evento, que reuniu aproximadamente 50 mil pessoas segundo estimativas da organização, contou com manifestantes portando cartazes, faixas e camisas com mensagens de repúdio às propostas. A mobilização, que ganhou força nas redes sociais ao longo da última semana, concentrou cidadãos de diferentes faixas etárias, unidos pelo mesmo objetivo: pressionar o Legislativo a barrar as medidas.

 Presente no ato na capital baiana, a coordenadora da Subseção Departamental da ADUNEB no DCV I, Lilian Marinho, comentou sobre a participação da seção sindical nos protestos, especialmente diante de um cenário de crescentes desafios para a mobilização de sindicatos e partidos de esquerda. "A presença da ADUNEB foi fundamental, visto que somos professoras e professores formadores de opinião. Temos a capacidade de amplificar o debate e pressionar a agenda política. Precisamos defender nossos interesses, mas também a democracia em todos os espaços. A afronta do Congresso Nacional, ao povo brasileiro, ao aprovar a PEC da Bandidagem, nos convocou e lá estávamos para somar e buscar reverter a desmobilização, que tem atingido todas as categorias", explicou Lilian.

 Docentes do DCV-I: Josiane Carvalho, Lilian Marinho, Paulo Barbosa, Fernando Carvalho e Renata Scarpel

 Força do interior

Professoras e professores que residem no interior da Bahia também se integraram aos atos locais, a exemplo de Teixeira de Freitas, Jacobina, Ipiaú e Juazeiro. Em Teixeira, docentes, estudantes, militantes de partidos progressistas e outros manifestantes realizaram um protesto em frente à Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Além da crítica à PEC da Blindagem e ao PL da Anistia, também reivindicaram a tributação dos mais ricos, o fim da cobrança de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o término da escala de trabalho 6x1. O ato foi organizado por integrantes da comunidade acadêmica da UFSB, com o apoio da ADUNEB e da UNEB.

 Manifestantes da ADUNEB e da UFSB, em Teixeira de Freitas

A professora Amália Cruz, representante da seção sindical no Campus de Jacobina, fez questão de participar do protesto realizado naquele município. Ela reforçou o posicionamento da ADUNEB contra a PEC da Blindagem e a anistia. "Nós estamos aqui na luta, nas ruas, porque entendemos que é na rua que o povo vai pressionar o pior Congresso Nacional da história. E, principalmente, para conscientizar a população para que, em 2026, não vote em nenhum desses deputados ou deputadas que foram a favor da PEC, que é contra a classe trabalhadora. Sigamos firmes e fortes, de mãos dadas. A luta é para vencer!", encerrou.

 Parte dos integrantes do protesto em Jacobina. Foto: arquivo pessoal

 Mobilização permanente

 A ADUNEB convoca a categoria docente e convida toda a comunidade acadêmica da UNEB a permanecer mobilizada e a ocupar as ruas contra as ações indevidas das bancadas do Centrão e da extrema-direita do Congresso. O efeito da pressão popular no domingo histórico foi imediato. Nesta segunda-feira (22), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos – PB), declarou em um evento em São Paulo: “É chegado o momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas... Este presidente que vos fala... nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão”.

 A mobilização e a pressão popular devem continuar. Só a luta muda a vida.

Morro do Cristo, em Salvador, completamente ocupado pela manifestação

 

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