ADUNEB clama pelo fim da violência contra as mulheres



A Coordenação da ADUNEB, absolutamente indignada, vem a público clamar por um basta à violência contra as mulheres! As bárbaras ocorrências e casos de feminicídio ocorridos nos últimos dias deixam ainda mais evidentes que o machismo estrutural brasileiro, um mecanismo secular de ceifar as vidas das mulheres, precisa ser interrompido.
Segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado em julho, quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Ao todo foram 1.459 mortes em 2024. De acordo com o relatório, a taxa de feminicídio aumentou 0,69% em relação a 2023. Desde 2020 cresce o número absoluto de vítimas: 1.355 (2020), 1.359 (2021), 1.451 (2022), 1.449 (2023) e 1.459 (2024). Isso sem contabilizar as subnotificações.
Para a Coordenação da ADUNEB, o cenário que aponta para um crescimento do feminicídio e de outras formas de violência à mulher, agravou-se, entre outras maneiras, com a intensificação do discurso "red pill", realizado por grupos de homens e capilarizado na sociedade. Em linhas gerais, esse movimento defende que homens precisam reconquistar o atual espaço social ocupado pelas mulheres. Para tanto, utilizam-se de uma ideologia machista, misógina, violenta, sexista e de extrema-direita.
A defesa da vida, do bem viver, do direito amplo à cidadania às mulheres é um dever de toda a sociedade. A participação dos homens nessa luta é, além de fundamental, uma questão de reconhecimento da necessidade da reparação histórica.
Entre vários pontos a avançar, urge a necessidade de um sistema judiciário mais eficaz, com medidas severas e céleres, em que sejam aplicados os rigores da lei e os cumprimentos das penas. Escolas e famílias precisam assumir um novo modelo educacional pautado na equidade de gênero, no antimachismo e na derrocada do patriarcado. Além disso, são necessários programas sociais eficazes, que consigam atender a demanda tanto no âmbito de proteção à pessoa quanto na recolocação social a partir de programas de profissionalização e primeiro emprego. A mudança estrutural passa ainda pela eleição de parlamentares municipais, estaduais e federais comprometidas/os com a classe trabalhadora, com os direitos humanos e as demais pautas progressistas.
Do luto à luta
Informações divulgadas na mídia em um prazo de 72h, entre o final da semana passada e o início desta, em distintas regiões do país, deixaram a população em choque. A leitura abaixo dos fatos é angustiante, mas proposital. Que cada angústia causada pelas ocorrências se transforme em luta. Que cada indignação se torne mais um punho cerrado contra a misoginia. Que cada lágrima de dor possa, no futuro, se transformar em alegria de viver em segurança.
Rio de Janeiro: Allane de Souza Pedrotti Matos (41) e Layse Costa Pinheiro (40), respectivamente diretora da equipe pedagógica do CEFET e a psicóloga da instituição, tiveram suas vidas ceifadas no trabalho, na sexta-feira (28). O assassino João Antônio Miranda Tello Ramos, funcionário do mesmo local, não aceitava ser chefiado por mulheres.
São Paulo: Tainara Souza Santos (31) foi atropelada de maneira proposital e teve seu corpo arrastado por 1 km. Douglas Alves da Silva (26) não aceitava o término do relacionamento. Devido ao alto grau de mutilação, a vítima, que é mãe de duas filhas, teve as pernas amputadas.
São Paulo: Mulher de 38 anos sofreu tentativa de homicídio, na segunda-feira (01), enquanto trabalhava em uma pastelaria. O criminoso, seu ex-companheiro, atirou simultaneamente com duas armas de fogo. A alegação foi ciúmes. A violência foi filmada por câmeras de segurança.
Goiás: Rosilene Barbosa do Espírito Santo (38), técnica de enfermagem, foi assassinada com quatro tiros no sábado (29), pelo ex-companheiro, Edis Ramos Mandacari (36), em Rio Verde. Dias antes, a vítima havia solicitado uma medida protetiva por ameaças e violência doméstica.
Recife: Isabele Gomes de Macedo (40), seu feto e mais quatro filhos morreram durante um incêndio na residência, no sábado (29), provocado pelo companheiro e pai das crianças, conhecido na comunidade como Guel. Segundo testemunhas, ele a agrediu antes de atear fogo no local.
Ceará: Jhessilane Silva (24), funcionária de uma loja de cosméticos, mãe de duas filhas, foi assassinada sábado (29) a golpes de faca, no local de trabalho. O criminoso, que não teve o nome divulgado, não aceitava o fim do relacionamento.
Enquanto você lia essa matéria, outras mulheres eram ameaçadas de morte e/ou tiveram suas vidas exterminadas. Você tem tudo a ver com isso!
DENUNCIE! DISQUE 181


