Congresso de Pesquisadoras/es Negras/os mostra a força do aquilombamento na universidade



Com mais de 2.500 inscritos, em um momento de profunda conexão com a força da ancestralidade, começou nesta segunda-feira (03) o X Congresso Baiano de Pesquisadores(as) Negros(as) – X CBPN e o V Congresso de Pesquisadores(as) Negros(as) do Nordeste - V COPENE-NE. Os dois eventos acontecem de maneira integrada e têm como tema “Malês 190 Anos: Legado Ancestral e Continuidade das Lutas”. As atividades serão realizadas até a próxima sexta-feira (07), no Campus I da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador. A organização conjunta é da Associação de Pesquisadores(as) Negros(as) da Bahia (APNB) e da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN). A atividade tem o apoio da ADUNEB.
A mesa de abertura teve a presença da Reitora da UNEB, Adriana Marmori, o Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as), Adilson Santos, a Coordenadora Geral do evento, Irenilza Oliveira, a deputada estadual, Olívia Santana, a Coordenadora do Centro de Estudos Africanos e da Diáspora Africana nas Américas, Sueli Santana, e a Presidenta da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia, Sandra Cerqueira da Silva. Ainda foram convidadas para a ala de honra várias representações de entidades que atuam na luta antirracista, entre elas a ADUNEB, por meio da professora Maria da Anunciação Silva, que integra o Conselho Fiscal da entidade.
Segundo os organizadores, o evento participa de um importante momento de luta pela sedimentação e ampliação de políticas reparatórias, pela democracia e pelo fortalecimento do diálogo entre a universidade e os movimentos sociais. Para o Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as), Adilson Santos, a atividade representa um importante espaço de resistência contra o racismo estrutural. “A Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e a Associação Baiana de Pesquisadores Negros representam esse espaço de aquilombamento dentro da academia, que também, por ser parte da sociedade brasileira que, graças ao racismo estrutural e institucional, também sofre racismo nesses nossos espaços. Então, é muito importante que haja mais encontros dessa natureza”, afirmou Santos.

Solenidade com as convidadas e o convidado da ala de honra e mesa de abertura
Espaço de formação
Além das pesquisadoras e dos pesquisadores, os dois congressos também são espaços importantes para a formação estudantil. Aluna do Curso de Pedagogia no Campus de Senhor do Bonfim, Jaiane de Jesus Santos veio a Salvador para participar do evento. “Como futura pedagoga, acho importante estar nesses eventos que valorizam tanto a questão da nossa cultura, a questão da nossa raça”. Ela é natural de Antônio Gonçalves. “Uma cidade muito pequena, com várias comunidades quilombolas. Os jovens da minha cidade nem imaginam as potências que podem ser vivenciadas nesses espaços. Acho que a visibilidade de um evento como esse pode fazer jovens e crianças se sentirem representadas”, disse Jaiane.
Apoio e reconhecimento
A ADUNEB foi uma das entidades que apoiou a realização dos congressos. Para a professora Maria da Anunciação, da ADUNEB, a Seção Sindical contribuiu com a organização do evento e participa ativamente das atividades porque constrói um movimento sindical conectado à realidade e às questões que impactam as desigualdades. “Um dos nossos compromissos de gestão é dialogar com as diferenças, com os setores oprimidos da sociedade, atuar em questões indígenas, raciais, entre outras”. Anunciação relatou que a presença da ADUNEB acontece também no sentido de reconhecer o trabalho das/dos educadores/as. “São professoras, professores e estudantes que têm compromisso, que acreditam na causa, que são antirracistas e que lutam por uma universidade mais inclusiva”, finalizou a docente.
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