NÃO AO ENSINO COM MORDAÇA!

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A liberdade de cátedra e a autonomia universitária vêm sofrendo ataques significativos com a ascensão da extrema-direita em diversos países. No Brasil, não tem sido diferente. Relatos de casos dessa natureza ligados a instituições de ensino superior são inúmeros e nesta semana a ADUNEB tomou conhecimento de um caso no âmbito da Universidade do Estado da Bahia.

No dia 13 de outubro, uma estudante de graduação do curso de Relações Públicas da UNEB, que também é uma liderança jovem do PL - Partido Liberal na Bahia, realizou gravação de trechos da aula de um professor, de forma não autorizada, visando a produção de um vídeo com discurso difamatório.

O material, posteriormente editado de forma a distorcer e oferecer ao público apenas cortes descontextualizados da fala do docente durante a aula, foi divulgado nas redes sociais e pelo WhatsApp ganhando grande alcance com o apoio da rede de militantes digitais da extrema-direita. Segundo o professor, a intenção dessa edição foi dar suporte a uma narrativa acusatória contra ele e difamatória contra a universidade e o espaço de diálogo crítico e democrático que deveria ser a sala de aula, em um ambiente universitário.

Este primeiro vídeo gerou a produção de outro por parte do deputado federal Gustavo Gayer, do PL de Goiás. Nesse segundo conteúdo a Universidade do Estado da Bahia e todo o corpo docente da instituição foram vitimados por um discurso de ódio. Em pouco mais de dois minutos, o deputado faz acusações e atenta contra a honra e a reputação do professor da UNEB e também a todas e todos as/os trabalhadoras/es das universidades públicas e gratuitas do país.

A criminalização do pensamento – manifestada de forma legítima pelo professor em sala de aula - e a manipulação e a distorção do seu discurso através de mecanismos de edição violam a liberdade de cátedra. Ou seja, violam o direito de professores ensinarem, pesquisarem e expressarem suas opiniões, ideias e conhecimentos sem censura ou interferência.

Esses movimentos orquestrados pela direita radical buscam exatamente questionar a pluralidade de ideias dentro das universidades e rotular o pensamento crítico como “doutrinação” com o objetivo de promover a censura e a perseguição às/aos docentes no exercício da sua profissão.

A ADUNEB defende uma universidade pública, gratuita, de qualidade, democrática e auto referenciada. Preservar e fazer valer a liberdade de cátedra é um passo imprescindível para essa construção. Por isso, mais uma vez, a seção sindical se coloca a favor da docência e contra qualquer tipo de censura e disponibiliza novamente a cartilha com orientações jurídicas sobre a liberdade de cátedra.

Professoras e professores unidos contra o ensino com mordaça!

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