Hasta Pepe! Morre Pepe Mujica, referência em políticas sociais progressistas

"Derrotados são aqueles que param de lutar. E parar de lutar é parar de sonhar."
A frase dita por Pepe Mujica no documentário Humano (2015) reflete um pouco do pensamento e da vida de luta e resistência de Pepe Mujica, ex-Presidente do Uruguai e histórico militante de esquerda que faleceu nesta terça-feira, aos 89 anos.
Ex-guerrilheiro, político, ativista e revolucionário, Mujica tornou o Uruguai referência em políticas sociais progressistas. Durante seu Governo, o país ganhou projeção nacional, passando a ser o primeiro país sul-americano a legalizar o aborto e o segundo do continente a aprovar o casamento homoafetivo, por exemplo.
Nos anos 1960, foi membro da guerrilha Movimento de Libertação Nacional Tupamaros, antes da instalação da ditadura militar no Uruguai. Foi ferido em confrontos com a polícia, preso e torturado pela ditadura, passando 14 anos de sua vida na cadeia. Foi libertado em 1985 e na década seguinte ajudou a fundar o partido de esquerda Movimento de Participação Popular (MPP).
Em sua atuação na política institucional foi Deputado, Senador, Ministro. Foi eleito Presidente em 2010. Após a presidência, Mujica foi novamente Senador nas eleições de 2014 e renunciou ao cargo no último ano do mandato. Voltou a se candidatar e foi eleito para o cargo em 2019, renunciando em 2020 por problemas de saúde.
Com uma vida humilde, Mujica sempre foi à favor das populações mais vulneráveis, dos pobres, das populações marginalizadas, dos trabalhadores e trabalhadoras. Foi considerado o presidente mais pobre do mundo, por doar 90% do seu salário. Como chefe de Estado, valorizou a educação e as/os educadoras/es, investindo em tecnologia e qualidade de ensino.
Defensor da vida, Pepe Mujica também parecia compreender a morte. Disse ele: "É preciso morrer. Pertencemos ao mundo dos vivos, nascemos destinados a morrer. Por isso a vida é uma aventura maravilhosa".
Inspirados pela sua aventura maravilhosa, exemplo de compreensão e de atuação pelo e para o coletivo, pelas pessoas e a favor da justiça social, a ADUNEB lamenta a perda desse exemplo de militância e de humanidade da esquerda latino-americana, certa de que seu legado, sua vida e sua memória seguirão vivos e guiando sonhos e lutas!
Gracias, compañero! Hasta la victoria, siempre!
