Nota de solidariedade ao Deputado Glauber Braga

A Coordenação da ADUNEB vem a público para se posicionar veementemente contrária à perseguição política e ao plano, orquestrado pela extrema-direita, de cassação do mandato do Deputado Federal Glauber Braga (PSOL). Ao mesmo tempo, manifesta irrestrita solidariedade ao parlamentar reconhecidamente defensor das causas sociais e das pautas progressistas, que há três dias, por protesto, faz greve de fome e dorme no chão do Congresso Nacional.

A citada cassação foi recomendada pelo relator baiano Paulo Magalhães (PSD) e posteriormente aprovada pela bancada bolsonarista no Conselho de Ética da Câmara Federal. O fato teve como origem um episódio, em abril de 2024, em que um membro do Movimento Brasil Livre (MBL), em uma ação nitidamente provocadora, foi até a Câmara para ofender a dignidade da mãe de Glauber, que se encontrava no leito de morte. Como reação, o parlamentar insultado deu um chute e empurrou o militante do MBL para fora do Congresso Nacional.

Segundo parlamentares de partidos de esquerda, o pano de fundo seria o fato do deputado Glauber ser um desafeto do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que segue demonstrando força e influência no Congresso. Enquanto Lira presidia a Casa de Leis, Glauber Braga foi um de seus principais oponentes, denunciando o “orçamento secreto”. Na ocasião, ele colaborou com a Polícia Federal em investigações que acusam o ex-presidente da Câmara de efetuar uma manobra que teria destinado R$ 4,2 bilhões em emendas.

A ADUNEB chama a atenção para a perseguição política em curso contra o deputado Glauber Braga. O fato fica evidente quando se analisam outros episódios recentes, ocorridos na mesma Câmara dos Deputados. A parlamentar Carla Zambelli (PL), em outubro de 2022, perseguiu e apontou uma arma para a cabeça de um cidadão, um dia antes da eleição presidencial, em bairro nobre de São Paulo. A ação foi flagrada em um vídeo que viralizou nacionalmente. Ela não foi cassada. O Deputado Chiquinho Brazão (União Brasil), após as investigações da Polícia Federal, é apontado como um dos mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Embora tenha se tornado réu e esteja preso, também não foi cassado. Nos gravíssimos casos expostos acima, a bancada bolsonarista foi favorável à absolvição de Zambelli e Brazão. Quanto ao relator que agora votou pela cassação de Glauber, no caso de Chiquinho Brazão, ele se absteve da votação. A alegação foi que “não se sentia à vontade de votar pela cassação de um colega”.

A perseguição dos bolsonaristas, integrantes das bancadas da bala, da bíblia e do boi, vai muito além do deputado Glauber. O plano em curso busca intimidar todas e todos os parlamentares de esquerda e que defendem pautas progressistas. A intenção é calar as vozes que democraticamente foram eleitas pela população para proteger a classe trabalhadora.

Após a aprovação no Conselho de Ética, o deputado Glauber ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça. Se realmente o caso for levado à votação no plenário, para perder o mandato serão necessários 257 dos 513 votos. Ainda há tempo de aumentar a mobilização social e pressionar o Congresso pela permanência de Glauber Braga e pela defesa da Democracia.

#GlauberFica

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