Primeira delegacia de combate ao racismo e à intolerância religiosa é inaugurada na Bahia
Uma boa notícia no âmbito da resistência às opressões e ao avanço das pautas conservadoras. Nesta terça-feira (21), em Salvador, ocorreu a solenidade de inauguração da primeira Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa (Decrin) da Bahia, que está localizada no Engenho Velho de Brotas, onde antes funcionava a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A unidade funcionará dentro do Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD).
Segundo o Governo da Bahia, a delegacia atuará na investigação e repreensão de crimes de racismo e intolerância religiosa de forma complexa, atendendo especificidades como LGBTfobia e violências direcionadas a pessoas idosas.
A delegacia funcionará 24h, todos os dias da semana, com serviço de investigação, assistência social e psicologia, cartório, sala de reconhecimento e apoio integrado dos Núcleos Especializado de Atendimento à Mulher (Neam), de Combate aos Crimes Cibernéticos (Cyber), de Diversidade e da Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati), que também atenderão na estrutura de segurança. No local também terá um posto SAC, com oferta de serviços de cidadania.
De acordo com dados da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), só em 2024 foram registrados 500 casos de racismo e 350 de intolerância religiosa na Bahia. Os números representam um aumento de 11% e 9%, respectivamente, na violência direcionada a pessoas negras ou de religiões de matrizes africanas e não cristãs.
Embora seja a primeira delegacia específica no combate ao racismo e à intolerância religiosa, a expectativa da administração estadual é a ampliação e o fortalecimento do serviço nos próximos anos. A delegacia funcionará em parceria a uma rede de assistência e combate aos crimes citados, que atua há mais de dez anos na Bahia.
A Coordenação da ADUNEB saúda a iniciativa e reforça a necessidade de mais delegacias de combate ao racismo e à intolerância religiosa, assim como outras formas de opressões, tanto na Capital quanto no interior. A direção da Seção Sindical ressalta ainda a necessidade de a população denunciar toda e qualquer situação de violência, seja física ou psicológica. Na sociedade contemporânea e diante do avanço da extrema-direita não há mais espaço para a naturalização ou relativização das opressões às comunidades perseguidas e subalternizadas há séculos.
Endereço da Decrin: Rua Padre Luiz Figueira, SN - Engenho Velho de Brotas, Salvador - BA, 40243-055.
Fonte: Ascom Governo da Bahia