Brasil vive uma guerra contra as mulheres

Brasil registra 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos de mulheres e lesões corporais seguidas de morte. Esses são alguns dos dados alarmantes divulgados no Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RASEAM) 2025, lançado pelo Ministério das Mulheres, lançado no dia 25 de março.

 No mês das mulheres, mais uma vez, os índices reforçam aquilo que elas, cada dia mais, precisam enfatizar e lutar para combater: a violência de gênero e suas diversas faces, seja física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. No lançamento do relatório, a Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, enfatizou que, ao observar as ocorrências de violência no ano de 2024, percebe-se que o país vive uma verdadeira guerra contra as mulheres.

 Ao longo do ano passado o Brasil regsitrou, segundo o RASEAM, 71.892 casos de estupro, que corresponde a uma média de 196 estupros por dia. Já o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/MS), entre os casos de violência contra mulheres adultas, 60,4% foram contra mulheres pretas e pardas, evidenciando a sobreposição de vulnerabilidades das mulheres negras.

 O SINAN também aponta outro aspecto preocupante, que trata especificamente sobre o local de maior risco para as mulheres. Em 71,6% das notificações recebidas pelo departamento a própria residência é o local onde estão mais vulneráveis à violência.

 Mulheres são violentadas em casa, nas ruas, no ambiente de trabalho. A violência de gênero, em algum grau, permeia a vida de todas que precisam transformar em resistência os menores e mais cotidianos movimentos e ações. Lutam diariamente por sua segurança, por respeito, por equidade salarial, por voz e pela própria vida em um país onde o patriarcalismo, a misoginia e o machismo ainda ditam regras. A ADUNEB chama atenção para a necessidade de lutar ao lado dessas mulheres, incluindo das professoras que são grande parte do corpo docente da UNEB. A seção sindical reafirma seu compromisso político e social com o combate à violência contra as mulheres e faz um chamado a todas e todos para um olhar mais atento e aguçado sobre a forma como tais violências permeiam as relações pessoais e profissionais, causando danos, muitas vezes, irreversíveis.

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