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Basta de extermínio dos povos originários. Clamamos por justiça!



 É com profunda tristeza e indignação que a ADUNEB recebe a notícia do assassinato do adolescente Pataxó, Gustavo Silva da Conceição, de apenas 14 anos, após mais um ataque a tiros realizado por pistoleiros às Terras Indígenas (T.I.) do Extremo Sul da Bahia. Outro jovem indígena com a mesma idade, Pablo Yuri da Conceição Cruz, também foi atingido, mas sobreviveu e segue hospitalizado. A tragédia aconteceu na madrugada do domingo (04), em uma área de retomada do povo Pataxó, na T.I. Comexatibá, área localizada no município de Prado.

Segundo relatos de testemunhas da comunidade indígena, feitos nas redes sociais, os assassinos estavam em um carro e se encontravam fortemente armados, com espingardas e fuzis. De maneira covarde, os disparos foram contra mulheres, jovens e crianças indefesas. O tiro que ceifou a vida do jovem Gustavo atingiu a cabeça da vítima, que chegou a ser socorrida, mas faleceu em um hospital de Teixeira de Freitas.  

Tragédia anunciada

De acordo com nota do Movimento Unidos dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), “o extremo sul da Bahia é conhecido por ser a segunda região onde há mais ataques contra os povos indígenas no Brasil. Recentemente, algumas comunidades indígenas da região vêm passando por uma série de ataques de pistoleiros, fazendeiros e milicianos armados”.

Em recentes notas publicadas pela ADUNEB, nos dias 03 (leia aqui) e 16 de agosto (leia aqui), a seção sindical ajudou a denunciar os ataques sofridos pelo povo Pataxó e por ativistas sociais que apoiam as causas indígenas no Sul da Bahia. Há meses, a comunidade sofre cercos e ataques por pistoleiros a mando de fazendeiros da região. Em uma das notas, a ADUNEB alerta inclusive para o risco de morte. Na ocasião, foi denunciado que somente no Extremo Sul da Bahia, no mês de julho, ocorreram dois ataques de milícias armadas contra as aldeias de Kaí e Cassiana. Além disso, em pouco mais de um mês, entre março e abril, dois Pataxós foram assassinados e uma jovem foi espancada. 

Como reflexo da conjuntura de retrocessos, os ataques aos direitos e assassinatos dos povos originários não acontecem apenas na Bahia, mas estão em todo o país, a exemplo das mortes de dois indígenas Guajajara, da T.I. Arariboia, na madrugada do sábado (03), nos municípios de Amarante e Arame, ambos no Maranhão. O primeiro, Janildo Oliveira, recebeu vários tiros nas costas. O segundo, Jael Carlos Miranda, foi atropelado; no entanto, a população local acredita também ter sido um caso de assassinato. As informações são do site Mídia Ninja.

Justiça!

Até quando os governos estaduais e federal, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e as demais entidades públicas competentes irão fechar os olhos para a violência cotidiana sofrida pelos povos indígenas? A ADUNEB, mais uma vez, soma-se a dezenas de organizações que atuam em defesa das comunidades originárias e reivindica a célere investigação e punição exemplar dos culpados com os rigores da lei. 

#justicaporgustavopataxo