Solidariedade à luta do povo Pataxó, suas lideranças e à professora Geovanda Batista
A Associação dos Docentes da UNEB – ADUNEB – vem a público manifestar solidariedade e total apoio ao povo Pataxó do Extremo Sul da Bahia, suas lideranças e à professora do Campus de Teixeira de Freitas, Maria Geovanda Batista que, por meio de fake news, têm sofrido uma campanha de criminalização de suas lutas em defesa da terra indígena, da fauna, flora e rios da região.
No último domingo (31), uma notícia caluniosa publicada em um blog da região de Teixeira de Freitas deturpou informações e tentou colocar a população local contra as lideranças do povo Pataxó da Terra Indígena de Comexatibá. Por meio de uma suposta carta aberta, anônima, os autores atacaram o Secretário de Assuntos Indígenas do município de Prado, Ricardo Oliveira, e a professora da UNEB e companheira histórica da ADUNEB e dos povos indígenas, Maria Geovanda Batista, além de outras pessoas que protagonizam a luta dos povos originários do Extremo Sul da Bahia. Entre outras calúnias, o texto os acusava de incentivarem a promoção de invasões, caça e desmatamento ilegal.
A atual conjuntura de retrocessos impostos pela extrema direita ao país tem como uma de suas consequências a intensificação da perseguição aos povos originários e seus direitos, levado a cabo por posseiros, garimpeiros, madeireiros e empresários do agronegócio. A defesa das comunidades indígenas, suas lideranças, assim como das pessoas que, historicamente, apoiam essa causa deve ser tarefa de todas as organizações que defendem pautas progressistas, da sociedade civil e dos movimentos sociais. A ADUNEB conclama as autoridades competentes e democraticamente constituídas pela urgente defesa das companheiras e companheiros do Extremo Sul do nosso estado, que podem vir a sofrer, inclusive, risco de morte.
A preocupação justifica-se pelo aumento das denúncias e casos de violência contra o povo Pataxó. Somente no Extremo Sul da Bahia, no mês de julho, dois ataques de milícias armadas, com homens encapuzados, foram realizados contra as aldeias de Kaí e Cassiana. Além disso, em pouco mais de um mês, entre março e abril, dois Pataxós foram assassinados e uma jovem foi espancada. Devido às ameaças locais, que, ressalte-se, são anteriores ao ano de 2022, várias lideranças Pataxós da região, sobretudo devido ao risco de morte, foram obrigadas a entrar, nos últimos anos, para o Programa Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).
Abaixo-Assinado de apoio à professora Geovanda
Devido às décadas de dedicação e militância à causa indígena da professora Maria Geovanda Batista, docentes, colegas de trabalho, estudantes do Campus de Teixeira de Freitas da UNEB e lideranças de movimentos sociais publicaram um documento em sua defesa. A petição pública pode ser lida e assinada clicando aqui.