Solidariedade da ADUNEB ao povo Pataxó do sul da Bahia, cercado por pistoleiros
As imagens de denúncia divulgadas nas redes sociais, nesta segunda-feira (15), trazem extrema preocupação e revolta. Indígenas do sul da Bahia, nossos povos originários, donos das terras e guardiões da fauna e da flora, deitados na mata para tentar fugir de tiros e da morte vinda pelas mãos de pistoleiros.
Segundo as várias denúncias publicadas dia 15, há cerca de um mês, as comunidades Pataxó de Boca da Mata e Cassiana, território indígena de Barra Velha, sofrem cercos e são atacadas por pistoleiros a mando de fazendeiros da região. Impedidas que transitar pelo território, as famílias indígenas não conseguem ir trabalhar nem comprar alimentos.
Ainda de acordo com as denúncias, a violência contra os Pataxó ocorre por vingança, devido à retomada de terras indígenas. A região desperta o interesse do agronegócio (terras férteis para a monocultura de eucalipto) e da especulação imobiliária (construção de imóveis para veraneio). Moradora em uma das comunidades indígenas da região, Cleidiane Ponçada Santana, fez um pedido de socorro nas redes sociais: “Faz mês que não andamos mais livres pelo território e por onde saímos da aldeia, o único acesso, são as fazendas. Não estamos conseguindo sair porque as entradas e estradas das comunidades estão sendo fiscalizadas por pistoleiros fortemente armados”.
A ADUNEB solidariza-se com o povo Pataxó do sul da Bahia cercado e agredido pela ganância do Capital. A seção sindical une-se às inúmeras entidades e organizações políticas que atuam em prol da causa indígena para reivindicar a imediata intervenção da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na região. Além dessa ação pontual, faz-se necessária a urgente atuação das autoridades competentes na demarcação das terras indígenas, uma reparação histórica que, certamente, não resolverá o problema da ação de fazendeiros invasores de forma definitiva, mas poderá, minimamente, garantir a existência dos verdadeiros donos do território que, há mais de 500 anos, são oprimidos e dizimados.
Coordenação ADUNEB