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Docentes da UNEB indicam paralisação: governo estadual, há mais de 800 dias, recusa negociação



 Em assembleia geral ocorrida na sexta-feira (19), docentes da UNEB indicaram uma paralisação de 24 horas das atividades acadêmicas no próximo dia 15 de setembro. A sugestão da categoria ocorreu devido à recusa do governo estadual em dialogar com o Movimento Docente das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), sobre a pauta de reivindicações de 2022.

As indicações da assembleia da ADUNEB agora serão apresentadas na próxima reunião do Fórum das ADs, espaço de articulação política das quatro seções sindicais de docentes das UEBA, que constrói coletivamente o dia de protesto. Após o consenso entre as representações sindicais, a agenda de mobilização será amplamente divulgada.

Motivos para a paralisação

Embora a ADUNEB e as demais seções sindicais reivindiquem incansavelmente o diálogo com o governo estadual e a reabertura da mesa de negociações, o Executivo ignora a categoria docente. Apesar das mais de dez solicitações formais de reuniões, a mesa de negociação está interrompida pelos representantes do governador há mais de 800 dias.

Após sete anos sem aumento salarial, o reajuste implementado para o funcionalismo público nesse início de ano foi menor que a inflação do ano passado. Dados do DIEESE mostram que, de 2015 até 2021, a inflação já havia corroído cerca de 50% do poder de compra dos salários das professoras e dos professores das UEBA. Além disso, outros problemas se acumulam, a exemplo da fila de espera para a implementação de promoções e progressões de carreira, negativas nas concessões de adicional de insalubridade e periculosidade, orçamento escasso para as universidades estaduais, interferência da SAEB e outras secretarias de estado sobre processos intrínsecos às universidades, ingerência do RH Bahia e o não pagamento de passagens intermunicipais para docentes que não habitam nos mesmos municípios dos campi em que são lotados. 

GTs da UNEB

O outro ponto de pauta da assembleia foi sobre os Grupos de Trabalho (GTs) da UNEB, que discutem aspectos relacionados à vida funcional do corpo docente da universidade. As temáticas dos GTs abordadas na assembleia foram incentivo à produção científica, formação continuada para docentes, distribuição de carga horária, movimentação docente e adicional de insalubridade e periculosidade. No dia 02 desse mês, a Coordenação da ADUNEB já havia realizado uma reunião ampliada sobre o assunto. Leia aqui sobre a atividade e as principais preocupações da categoria.

Durante a assembleia, representantes do Movimento Docente nos GTs informaram sobre o andamento dos trabalhos, que ainda estão em fase de discussão. A Coordenação da ADUNEB ressaltou que o propósito das representações sindicais nos GTs é fazer valer os direitos da categoria, assim como avançar em novas conquistas. 

Embora a categoria reconheça a importância dos GTs, docentes manifestaram preocupação com a possiblidade de os Grupos de Trabalho distanciarem a universidade do processo Estatuinte. Nesse aspecto, o encaminhamento foi que, além de participar dos GTs, o Movimento Docente reivindicará da Reitoria da UNEB a retomada dos trabalhos que preveem a criação de uma nova estrutura para a universidade.