Genocidas impunes
*Túlio Alves
O Brasil de Bolsonaro alcançou mais uma marca histórica: superou os EUA e assumiu o primeiro lugar no mundo em número de novas mortes e novos casos de Covid-19. No esteio dessa explosão genocida, os dois presidentes (Bolsonaro e Trump) assumem posturas diferentes: enquanto Trump cita o governo brasileiro como mau exemplo no combate à pandemia, Bolsonaro afaga o presidente ianque com as palavras: “meu amigo, meu irmão”, numa demonstração inequívoca de uma submissão doentia.
Certamente, as críticas do Trump ao despreparado presidente brasileiro, não vão esconder a grande tragédia americana (mais de 100 mil mortes) patrocinada por uma política equivocada e ancorada no uso da Cloroquina/Hidroxicloroquina. Para realçar esta triste realidade, basta lembrar que a China, com uma população quatro vezes maior do que a população dos EUA, contabilizou 4.634 mortes, no mesmo período.
Lá, nos Estados Unidos, e aqui, no Brasil, a população está sendo dizimada pelo coronavírus. Entretanto, vale recordar que o número de mortes por Covid-19, nos EUA, é bem inferior àquele da “gripe espanhola” que ceifou a vida de 675 mil americanos. No Brasil, em meio à explosão de casos, a Covid-19 já matou mais do que a “gripe espanhola” e se consolida como a maior tragédia sanitária do país.
Inacreditavelmente, o governo brasileiro, negacionista e irresponsável, tem se ocupado muito mais em manipular a publicação de novos casos e novas mortes por Covid-19, do que adotar políticas corretas de combate à pandemia. Numa tentativa canalha de esconder tamanho genocídio, tal governo expõe, ainda mais, a sofrida população brasileira.
Brasileiros e americanos, uni-vos contra os genocidas.
*Túlio Alves é médico, professor da UNEB e doutor em Anestesiologia