ADUNEB rejeita proposta do Governo e aprova paralisação no dia 11 de setembro

A categoria considerou, no mínimo, desrespeitoso o índice de reajuste proposto, que não chega nem perto dos 4,5% ao ano apresentados pelo movimento docente. “Em reunião do Fórum das ADs pudemos calcular que o governo coloca, de fato, à mesa é um ganho real de apenas 1,15%, o que não podemos nem mesmo caracterizar como um plano de recomposição salarial, para o qual a categoria busca avanços, levando em conta que acumulamos desde 2015, uma perda salarial de 35%”, afirmou Clóvis Piáu, Coordenador Geral da ADUNEB. Ou seja, em três anos o ganho real seria de apenas 3,5%. Além disso, há que se considerar que o pagamento adiantado da parcela de dezembro de 2026 seria referente à que deveria ser paga em janeiro de 2027 e não considera a inflação de 2026. Isso, na perspectiva do sindicato, se configura como estratégia para imobilizar a amordaçar qualquer discussão sobre recomposição salarial no primeiro ano do próximo governo. 

 

Para professoras e professores da UNEB, a gestão estadual avançou ao realizar a mesa de negociação, mas ressaltou que isso só ocorreu após as quatro UEBAS decretarem indicativo de greve, em abril deste ano. Considerou-se, ainda, que, até o momento, não foi apresentada nenhuma proposta satisfatória de recomposição salarial. Além disso, docentes enfatizaram a disponibilidade e a flexibilidade do movimento na negociação, que tem estabelecido amplo diálogo sobre os percentuais de reajuste e sobre termos muito aquém da defasagem salarial, buscando avançar com diálogo e acenando para o Governo a disponibilidade para negociar.

 

Além de rejeitar a proposição do Governo do Estado, a assembleia deliberou os termos de uma contraproposta. Docentes da UNEB se dispõem a aceitar as três parcelas de 5,7%, desde que o pagamento de dezembro não corresponda ao ano de 2027. A categoria requer o direito de, a partir de janeiro de 2027, obter reajuste e/ou seguir lutando por avanços na recomposição salarial. Essa proposta será levada novamente ao âmbito do Fórum das ADs para que, havendo consenso da maioria das associações docentes, seja apresentada ao Governo e debatida na rodada de negociação agendada para 11 de setembro.  

 

Como forma de seguir a luta das universidades estaduais da Bahia, docentes aprovaram uma nova paralisação na quarta-feira, dia 11, em ato unificado em Salvador. Foi aprovada uma paralisação com portões fechados na universidade. A exceção será apenas para o funcionamento de serviços de saúde que tenham atendimento à comunidade externa. A ADUNEB conclama a todas e todos para aderir às mobilizações na capital. Mais informações e detalhes serão divulgados em breve para toda a categoria.

 

Destaca-se que a fila das promoções também foi ponto sensível da discussão. Para a categoria essa pauta não pode estar desvinculada da negociação salarial, pois traz impactos consideráveis à carreira docente. Ao passo que o Governo vem postergando esse tema na mesa de negociação, mesmo diante das constantes e incisivas solicitações das(os) representantes do movimento docente. O Governo fala na criação de um sistema de controle e metodologia de implementação, mas não discute isso ainda na mesa de negociação, não abrindo discussão sobre as demais pautas, entre elas as questões relacionadas às promoções e à insalubridade. A assembleia também deliberou a realização de uma reunião específica sobre promoções, a ser realizada antes da próxima mesa de negociação. 

 

Docentes da UNEB seguem com disposição para a luta, inclusive, indicando uma possível greve, caso o Governo siga apresentando propostas com percentuais considerados lamentáveis pela categoria!

 

A assembleia também elegeu um Delegada(o) e três Observadoras(es) para o 15º CONAD extraordinário que acontecerá de 11 a 13 de outubro, em Brasília (DF). O encontro discutirá “Movimento Docente e Carreira: uma luta histórica do ANDES-SN”.