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Professoras/es da UNEB rejeitam proposta do governo e aprovam paralisação por 24h



 Em clima de indignação, nesta quarta-feira (14), a assembleia geral híbrida das professoras e dos professores da UNEB rejeitaram a proposta de recomposição salarial do Governo da Bahia às/aos docentes das universidades estaduais baianas. Como resposta ao Palácio de Ondina, aprovaram uma nova contraproposta e a paralisação de 24h, que acontecerá na próxima segunda-feira (19), em todos os campi da universidade, em todo o território baiano. A atividade teve a participação de 133 docentes. Além da UNEB, professoras/es da UEFS, UESB e UESC também decidiram pela paralisação. 

Docentes presentes na assembleia entenderam que, embora a proposta do governo tenha sido rebaixada, houve um avanço nas negociações. “A proposta do governo evidenciou que o Executivo reconhece as perdas salariais apontadas por nossos estudos e a necessidade de recomposição anual da inflação.  O problema é que sugerem pagar, pelos próximos quatro anos, a inflação dos períodos e apenas mais 1% a cada ano. Estudos do DIEESE mostram que as perdas salariais da categoria, motivadas pela inflação anual, chegam a quase 35%. Na prática, a cada 100 reais, só recebemos R$ 65, pois o restante foi corroído pela inflação dos últimos anos”, explicou Clóvis Piáu, o Coordenador Geral da ADUNEB.

O professor João José Borges, Coordenador da pasta de Comunicação da Seção Sindical, destacou que a situação fiscal do Estado da Bahia é uma das melhores do país, e isso permite pensar o quanto o governo Jerônimo Rodrigues deveria ser mais justo na proposta de reparação salarial. “Não podemos aceitar que 1% seja uma proposta digna, ainda mais considerando que o atual governador é também oriundo de uma universidade do Estado", afirmou Borges. O docente explicou ainda que a Lei de Responsabilidade Fiscal do país impõe, como limite prudencial para despesas com folha, o percentual de 46,55% da Receita Corrente Líquida. Na Bahia, o percentual de tais despesas é de aproximadamente 40%. Os dados comprovam que o governo tem margem segura e suficiente para realizar a recomposição salarial reivindicada.

Paralisação e reunião com o governo

A paralisação acadêmica de 24h foi aprovada para denunciar à sociedade a desvalorização das universidades públicas estaduais e, também, reivindicar maior vontade política do Governo da Bahia na negociação sobre a recomposição salarial. O salário corroído pela inflação impacta aproximadamente 5 mil docentes e suas famílias em todo o Estado. 
 

A assembleia aprovou que as manifestações serão realizadas nas cidades em que estão localizados os campi da UNEB. A orientação é que professoras/es façam em todo o Estado atividades de mobilização, a exemplo de panfletagem, rodas de conversa, utilização de carros de som, faixas e visitas a emissoras de rádio. Em Salvador, em frente ao pórtico da universidade, no Cabula, às 9h, acontecerá um café da manhã com panfletagem.

Na mesma segunda-feira (19), dia da paralisação, acontecerá na Capital baiana mais uma reunião da mesa de negociação, entre as representações do governo e dos docentes das universidades estaduais da Bahia. A atividade será realizada às 14h30, na Secretaria Estadual da Educação. 

Contraproposta

A assembleia da ADUNEB também aprovou uma contraproposta que será apresentada ao governo na reunião de segunda-feira. Encaminhado pelo Fórum das ADs, a proposição foi elaborada tendo como parâmetro os ganhos reais conquistados pela categoria no governo Jaques Wagner, também do PT. Assim, o Movimento Docente reivindica o pagamento das perdas inflacionárias do ano anterior (com base nos índices do IPCA), e acrescenta um reajuste de 4,5% de recomposição salarial, a ser pago em 1º de janeiro (data-base da categoria), pelos próximos três anos.

Além da questão salarial, as/os professoras/es das UEBAs também reivindicam a resolução para questões como as filas paradas de promoções e progressões, a implantação das dedicações exclusivas remanescentes e o final da lista tríplice para a escolha de reitoras e reitores.