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ADUNEB participa do 67º CONAD



Uma comitiva de cinco observadores e um delegado da ADUNEB participaram do 67º CONAD que aconteceu entre os dias 26 e 28 de julho, sediado pelo Sindcefet, em Belo Horizonte (MG). O Congresso trouxe discussões em seus diversos grupos de trabalho com o principal objetivo de atualizar o plano geral de lutas do ANDES-SN. 

A professora Ana Margarete Gomes, que participou como observadora, destacou, em linhas gerais, a importância das discussões e encaminhamentos sobre mais verbas para a educação, sobre luta antirracista e sobre a defesa da natureza, salários e melhorias na carreira docente.
 
Entre as principais atualizações aprovadas no último dia do congresso estão o processo de organização do II Encontro Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do Setor Público e a realização de campanhas unificadas contra a reforma administrativa e contra a criminalização das lutas, dos dirigentes e das entidades sindicais. Outro encaminhamento importante foi dar sequência à luta pela Resolução CNE/CP 4/2024, que trata sobre as diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial em nível superior de profissionais do magistério da Educação Básica. 
 
O sindicato nacional lançou na última quinta-feira (25) a campanha “Sou Docente Antirrascista”. Durante o congresso foram feitas atualizações da pauta de combate ao racismo nas universidades, que serão incorporadas pela campanha. Docentes também definiram fortalecer o enfretamento ao PL do Aborto (PL 1904/24) através da participação das seções sindicais nas agendas realizadas com a finalidade de barrar o projeto de lei. 
 
Tema de grande importância para a ADUNEB devido à sua distribuição geográfica em 25 municípios baianos, uma das principais discussões ocorreu no Grupo de Trabalho de Multicampia e Fronteira. Clóvis Piáu enfatizou a necessidade de incorporar as universidades estaduais à pauta. “Toda vez que falarmos sobre a multicampia precisamos falar da multicampia nas universidades estaduais e federais, porque a gente não está vendo isso”, comentou. Enfatizou também a falta de um um estudo direcionado para avaliar exatamente como funciona a multicampia, considerando a complexidade e as particularidades do território brasileiro. “Avançamos ao participar dos grupos e encampar essa discussão a partir da nossa experiência enquanto universidade representativa dessa característica multicampi”, afirmou. 
 
Ana Margarete Gomes complementou, ainda que, discutiu-se um adicional que as/os professoras/es deveriam ter nas universidades multicampi de fronteira, devido aos perigos. “Mas não se discute em um CONAD a situação do professor que trabalha a quase mil quilômetro de Salvador, e não recebe nenhuma ajuda para o transporte, dentre outros, como hospedagem, etc”, explicou a professora. 
 
Nesse sentido, o 67º CONAD encaminhou a realização do II Seminário Multicampia e Fronteira, no primeiro semestre de 2025, e a realização de um levantamento de abrangência nacional sobre instituições multicampi ou situadas em regiões de fronteira e que leve em conta, também, suas perspectivas orçamentárias em comparação às instituições que não possuem essas mesmas características. 
 
Para Clóvis Piáu, esta edição do congresso apresentou um avanço, uma vez que, na contramão do que vinha acontecendo dentro dessas atividades, as discussões sobre as universidades estaduais não passaram despercebidas nas plenárias. Já na avaliação da professora Margarete, a metodologia do congresso, que seguiu o modelo das edições anteriores,  contempla a diversidade de opiniões nos grupos de trabalho e amplia o debate dos contrários, desde que exista coalização dos interesses dos divergentes grupos políticos e correntes das mais diversas, que reivindicam a direção do ANDES-SN. Mas também destaca que “quanto às demandas das universidades estaduais, continua em termos efetivos, muito tímida, para não dizer, insignificante”. 
 
No 67º CONAD, representantes das universidade estaduais baianas informaram sobre o cenário atual da luta na Bahia e a continuidade do indicativo de greve, principalmente pela recomposição salarial. “Mas há outros pontos: como maior destinação orçamentária para a Educação, desvinculação de progressões de carreira, melhores condições de infraestrutura”, explicou a professora sobre a pauta de reivindicações das UEBAs. 
 
Para fortalecer essa presença e o engajamento das estaduais nesse fórum de discussão junto ao sindicato nacional, a ADUNEB, ainda que esteja focada na luta pela recomposição salarial e pela pauta de reivindicações junto ao Governo do Estado, irá dar prosseguimento às discussões do plano de lutas do ANDES-SN.“Logo em seguida a gente começa a discutir, junto à nossa base, os cadernos de textos e resoluções para nos preparar para o próximo congresso que vai acontecer em Vitória, em fevereiro de 2025”, finalizou Clóvis Piáu.