A ADUNEB participou, na tarde desta segunda-feira (01), de uma reunião convocada pela Reitoria da UNEB para discutir e encaminhar procedimentos a fim de dar melhores condições de segurança a estudantes, docentes, corpo técnico e à comunidade que participa dos diversos projetos de extensão sediados no campus I. Participaram da reunião a Reitora Adriana Marmori, a Vice-Reitora Dayse Lago, o Coordenador Geral da ADUNEB Clóvis Piáu, o Diretor Geral do Sintest/UNEB Firmino Júlio de Oliveira Júnior, o chefe de Gabinete da Reitoria Pedro Daniel dos Santos Souza, representantes do DCE, as/os diretoras(es) dos departamentos, o chefe de segurança do campus, assessoras(es) da Reitoria e representantes da população situada no entorno da universidade.
Na última quarta-feira (27), a comunidade acadêmica foi surpreendida por uma operação policial nas imediações do Cabula. Estudantes e docentes relatam terem ocorrido tiros e há indícios de que a operação se estendeu para dentro do campus. Essa não é a primeira vez que ocorrem problemas dessa natureza que colocam em risco o patrimônio público da universidade e, acima de tudo, a vida de todas e todos.
Segundo Clóvis Piáu, foi consenso entre os presentes que a questão é muito mais profunda e não apenas atrelada ao espaço da universidade e seu entorno. Trata-se de uma questão de segurança pública do Estado da Bahia, que segue em crise. Levando isso em consideração, um dos encaminhamentos da reunião foi a realização de uma Audiência Pública na instituição, com a presença do Ministério e da Defensoria Pública, para discutir o que vem ocorrendo e também soluções para combater a situação de extrema vulnerabilidade em que encontram a comunidade acadêmica e a população em geral.
Além disso, foram definidas algumas mudanças estruturais no campus, em especial, no que se refere à iluminação e à limpeza de determinadas áreas. “Importante salientar que a UNEB nasceu no coração do Cabula, um antigo quilombo, e por isso reforçamos na reunião que é importante, melhorar a estrutura, mas com cautela, porque nada justifica ‘encastelar’ uma universidade cuja existência está diretamente ligada à comunidade que lhe circunda”, afirma Clóvis Piáu. O reforço na equipe de seguranças patrimoniais e treinamento com toda a comunidade acadêmica para situações de risco e emergência também estão entre as sugestões e encaminhamentos definidos na reunião.
A ADUNEB seguirá participando ativamente dos encaminhamentos e das providências que serão tomadas a partir do encontro de hoje, em defesa da vida e da universidade pública, inclusiva, acessível e segura para todas e todos que aqui estão. O bairro onde está situado o Campus I já tem em sua história episódios de extrema tristeza e cujas feridas estão abertas até hoje, como o caso da Chacina do Cabula (2015), e indícios de insegurança, que coloquem em risco, principalmente, a população preta e economicamente vulnerável que compõe a maioria da comunidade acadêmica do campus, merecem atenção e esforços coletivos de todas as instâncias da UNEB, sindicatos, associações de moradores, de toda a população e, principalmente, do Poder Público!