ADUNEB marca presença na Semana de Consciência Negra de Barreiras
No Dia Nacional de Zumbi e Dandara dos Palmares, e também da Consciência Negra - 20 de novembro – a ADUNEB esteve presente na mesa de abertura da 19º edição da Semana de Consciência Negra de Barreiras (Seconba). O evento tem como tema “Povos e Comunidades Tradicionais do Oeste da Bahia: Memórias, Identidades e Afirmações de Direitos”. A atividade gratuita e aberta ao público ocorrerá até a quarta-feira (22), no Centro Cultural Rivelino. A seção sindical foi representada pela Coordenadora Financeira da ADUNEB, Loyana Docio, que é professora do Campus IX da UNEB.
O Seconba é uma articulação da UNEB, UFOB e IFBA. Segundo os organizadores, o evento tem por objetivo dialogar sobre as questões de identidade, cultura, saberes, memória e afirmação de direitos ao seu modo de vida e seus territórios de povos e comunidades tradicionais no Oeste da Bahia. Para a ADUNEB, apoiadora do projeto, a atividade dialoga com as propostas da pasta de Gênero, Etnia e Diversidade da seção sindical que, entre outros aspectos, tem o objetivo de fomentar o debate sobre maneiras de garantir direitos e proteger as comunidades tradicionais da violência praticada pelo Estado.
Em sua participação na mesa a professora Loyana comentou a existência de diversas formas de racismo no Brasil, desde a abolição formal, tardia e inconclusa realizada no país. Ao abordar o racismo estrutural e institucional, a docente afirmou que a presença de negros em altos espaços de poder, antes apenas ocupados por brancos, faz-se lugar de enfrentamento. “Locais estes onde doutoras negras são lidas como serventes, revela o reconhecimento marcado a partir de um passado de trabalhos forçados, porque uma doutora branca não possui seu cargo costumeiramente trocado. Essa presença incomoda e esse exemplo de atitude mostra o recalque consciente ou inconsciente, que está arraigado nas pessoas, desse racismo constantemente negado, mas existente”, disse Loyana.
Sobre a presença da ADUNEB, a professora reforçou que uma das diretrizes da seção sindical é o apoio aos movimentos sociais, local de resistência e luta em que estão alocadas as populações tradicionais, entre elas as comunidades negras. Em contato com a reportagem da seção sindical Loyana Docio ressaltou que o mapa da violência no Brasil tem classe social e cor. Assim, para oferecer a visibilidade necessária à questão, que atravessa toda a sociedade, é necessário que sindicatos, movimentos sociais e demais entidades organizadas da sociedade civil, atuantes em defesa das comunidades oprimidas, estejam sempre atentas, unidas, ativas e em resistência.