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Paralisação unificada: professoras/es e estudantes demonstram disposição em defesa das UEBAs



 Um dia de luta em que os Movimentos Docente e Estudantil demonstraram unidade e disposição para o enfrentamento ao descaso do Governo Estadual com as Universidades Estaduais da Bahia (UEBAs). Assim foi a paralisação acadêmica ocorrida nesta quarta-feira (18), na UNEB, UEFS, UESB e UESC.

Para as lideranças dos movimentos, o protesto se fez necessário para denunciar à sociedade os problemas enfrentados pelas UEBAs e a falta de interesse do governo em negociar as pautas de reivindicações de professoras/es e estudantes. Entre os principais pontos estão maior orçamento, direitos trabalhistas, autonomia universitária, recomposição salarial e concursos públicos para suprir as demandas de docentes no quadro de vagas (leia mais). Na UNEB, tanto em Salvador quanto nos campi do interior, foram realizadas panfletagens, fixação de faixas, entrevistas para a imprensa, debates e rodas de conversa.

Segundo a professora Maria Izabel Lopes de Araújo, Coordenadora de Formação Político-Sindical e Relações Intersindicais da ADUNEB, a paralisação teve êxito. “Na UNEB temos 31 departamentos, distribuídos em 26 municípios, que aderiram em massa ao movimento. Hoje, no Campus I percorremos todos os quatro departamentos e a adesão é total. Nós percebemos que docentes e discentes entenderam que é uma luta conjunta e urgente. O governo endureceu a sua posição, não senta para negociar com a categoria. E nós não vamos deixar passar, já estamos na luta e vamos continuar”. 
 
Panfletagem no Campus de Salvador

Além da necessidade de recomposição salarial devido às perdas dos últimos anos, o respeito ao direito da alteração de regime de trabalho com a implementação da Dedicação Exclusiva configura-se com um dos principais itens da pauta docente. A professora Maria Izabel ressaltou a contradição do governo: “Logo nesse momento em que a universidade carece tanto de docentes, que professoras e professores estão sobrecarregados, pegando o máximo de carga horária, deixando de fazer pesquisa e extensão para concentrar as suas atividades no ensino, o governo diz que não vai implementar a Dedicação Exclusiva. Estamos nessa luta porque alteração de regime de trabalho é um direito nosso”, afirmou.

Interior

As ações de mobilização também aconteceram no interior, a exemplo do Campus de Jacobina. Segundo a representante departamental local da ADUNEB, Amália Cruz, docentes e estudantes realizaram uma roda de conversa para debater a pauta de reivindicações. “A discussão se deu na questão dos direitos que estão sendo negados e, sobretudo, na recomposição salarial”. O espaço também discutiu assuntos pertinentes à pauta interna do Campus IV e à guerra entre o exército israelense e o movimento de resistência islâmica Hamas. Outros campi como Caetité e Brumado também realizaram ações de mobilização. 

Pauta estudantil

Presente na paralisação do campus de Salvador, o Coordenador do Diretório Central dos Estudantes, Eduardo Arruda, destacou que a recomposição do quadro efetivo de professoras/es é a principal pauta do Movimento Estudantil. “O recente anúncio do governo sobre possível concurso para 2024 é positivo, mas não resolve, uma vez que ao dividir cerca de 600 vagas para docentes e técnicos, para as quatro (universidades) estaduais, a conta não fechará porque o déficit é grande. É preciso dizer ainda que REDA (contratação por Regime Especial de Direito Administrativo) e cooperação não podem se tornar regras. Exigimos que a universidade solicite a convocação dos professores aprovados no último concurso, que se encontram no cadastro de reserva; bem como a realização de novos concursos efetivos para docentes e técnicos”, pontuou Arruda. A categoria ainda reivindica reformulação e reajuste no valor das bolsas do programa Mais Futuro.
 
Paralisação e luta unificada dos Movimentos Docente e Estudantil