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ADUNEB discute o contexto da universidade e perspectivas para Estatuinte



 Esta terça-feira (28) foi marcada pela retomada do Grupo de Trabalho de Formação Política (GTFP) com o encontro “Repensando a UNEB para o futuro: perspectivas e oportunidades”, realizado no auditório da ADUNEB e com transmissão online para a comunidade acadêmica de diversos territórios por meio de plataforma virtual. O encontro teve como palestrante convidado o especialista em planejamento territorial e desenvolvimento regional, Prof. Geraldo Reis, dos campi de Salvador e Lauro de Freitas. Também contou com a participação de Clóvis Piáu, Coordenador Geral do sindicato; da Coordenadora de Formação Político-Sindical e Relações Intersindicais da ADUNEB, Profª Drª Maria Izabel Lopes de Araújo; pelo Coordenador do SINTEST UNEB, Firmino Júlio de Oliveira Filho; e pelo Coordenador do Diretório Central dos Estudantes, Eduardo Arruda. 

Profa. Maria Izabel destacou que a roda de conversa foi motivada pela importância de discutir temas importantes e urgentes de interesse da categoria docente, como é o caso da Estatuinte. “É urgente que possamos discutir esse tema, analisar profundamente suas perspectivas e fortalecer o nosso papel dentro desta universidade que é de todas, todos e todes”, enfatizou. Nesse sentido, Clóvis Piáu também pontuou o quão significativo e relevante foi a possibilidade refletir sobre a universidade contando com a presença dos diversos segmentos que a compõe, reunindo representantes docentes, discentes e técnicos à mesa.

Geraldo Reis propôs apresentar elementos contextuais desde criação da universidade até os dias atuais, traçando um arco histórico, social, cultural e de desenvolvimento territorial e econômico para trazer à tona reflexões importantes sobre a universidade, que pudessem orientar, nesse momento de discussões sobre estatuinte, perspectivas importantes e profundas sobre o papel da UNEB na Bahia e seu funcionamento. “Minha intenção é fazer provocações, porque há uma tendência de evoluir e crescer a partir de uma ótica incremental, entretanto, há momentos históricos em que não é suficiente que a instituição continue apenas evoluindo e acumulando, em especial uma instituição universitária”, explicou o professor.

O palestrante também abordou as relações da universidade com o Governo, com seus diversos públicos, com as cidades e comunidades nas quais se insere, com a evolução tecnológica e com questões ecológicas e humanas. Ao final de sua fala, defendeu a relevância de alguns pontos para se pensar a UNEB. Entre eles, a conexão da universidade com as socioeconomias de primeiro e de segundo circuito; buscando se desenvolver tanto com a economia solidária, na relação com os povos originários e quilombolas, com a população do campo e da Bahia profunda onde a instituição está presente – considerando ainda que a grande maioria da sociedade não vive o modo do grande capitalismo; quanto com o primeiro circuito da economia, aquele que denominou setores portadores de futuro. Para Geraldo, é necessário fortalecer conexões entre esses dois circuitos para que a UNEB possa sair de um crescimento paulatino e dar uma guinada.  Indicou também, como tese fundamental, a necessidade de se completar o processo de inclusão social, aprofundando e desenvolvendo as estratégias e caminhos para que essa inclusão se dê de fato para além, apenas, do ingresso na universidade, mas em sua permanência.

A partir dessa perspectiva o Coordenador do SINTEST UNEB, Firmino Júlio de Oliveira Filho, enfatizou, por sua vez, a falta de reconhecimento do Estado sobre o papel da universidade e da competência e do trabalho de seus servidores e funcionários. “O papel da Estatuinte é para o Estado ou para a universidade? Como universidade revolucionária, seus segmentos precisam ser revolucionários. Que papel juntos nós podemos desenvolver de forma revolucionária para essa estatuinte?”, provocou o coordenador ao afirmar a necessidade de mudança na forma com os servidores técnicos tem sido vistos pela gestão pública.

Já Eduardo Guerra ressaltou ainda a importância de questões orçamentárias na construção da UNEB do futuro. “Não tem como não resgatar a importância da UNEB no estado e dentro de todos os limites impostos a ela, inclusive, orçamentários! Para que universidade seja reconhecida é preciso ter um orçamento do seu tamanho”, destacou o representante do Diretório Central de Estudantes.

Clóvis Piáu afirmou que Geraldo fez uma digressão história da criação da uneb e sua natureza de formação docente; lançando um olhar para o futuro; trazendo questões da inteligência artificial; as muitas Bahias e as necessidades da UNEB e das UEBAS para traçar estratégias para o desenvolvimento cultural, social e político do estado. "Ao meu ver, isso ressalta a importância dos debates sobre a Estatuinte, para além do 'novo' estatuto, indicando a importância da criação de um estatuto político para a universidade que queremos!", finalizou o Coordenador Geral da ADUNEB. 

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