A ADUNEB marcou presença neste final de semana na celebração de 10 anos da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto (EPAAEB), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), situado no assentamento Jacy Rocha, no município do Prado. Halysson Fonseca, Coordenador da Subseção Departamental do sindicato em Teixeira de Freitas; Karina Salles, que integra a Coordenação Executiva da ADUNEB; professoras e professores sindicalizadas/os, representantes do corpo discente da universidade; além de representantes do poder público Federal, Estadual e Municipal, estiveram reunidos nas atividades que também tinha caráter de apoio ao movimento na atual conjuntura de criminalização dos movimentos sociais que vem sendo engendrada por meio da CPI do MST.
Foram inauguradas, na ocasião, novas dependências da escola que é referência na formação agroecológica e agroflorestal. Com uma pedagogia centrada na produção, comercialização e nos eixos ambiental e social, a Egídio Brunetto vem atuando, nesses dez anos, nas questões de viabilidade e de construção prática de novas relações entre os seres humanos e a natureza.
A escola havia sido destacada para integrar o roteiro de diligências da CPI do MST na região. Mas, conforme noticiado pela imprensa e em redes sociais, Ricardo Salles e Luciano Zucco, respectivamente presidente e relator da CPI do MST, desviaram a rota para intimidarem indígenas Pataxó em uma área reivindicada como pertencente à Terra Indígena (TI) Barra Velha, em Porto Seguro. "Nós repudiamos veementemente a ação dos membros da CPI que ao invés de visitarem os locais destacados pela própria comissão foram às portas de uma aldeia indígena para fazerem uma performance intimidatória desclassificada, gerando material para seus vídeos e suas mídias sociais reacionárias, na tentativa de criminalizar uma comunidade indígena", pontuou o professor Halysson Fonseca.
O ato contou também com a presença de representantes do poder público como o Ministro da Agricultura Carlos Fávaro, o Governador Jerônimo Rodrigues, deputados, representantes de religiões de matriz africana, de movimentos populares periféricos, entre outros. Para Fonseca, a presença dessas diferentes instâncias em apoio ao movimento tornou o ato coerente, digno e respeitoso, possibilitando que as partes compreendessem a importância de defender o MST e o progresso que ele representa e de que, ao fazê-lo, estão defendendo os direitos de todas as comunidades tradicionais e dos movimentos sociais ali representados. "A leitura que faço é que foi um momento proveitoso e histórico em que a ADUNEB se manifesta, mais uma vez, em apoio ao maior movimento social da América Latina", finalizou Halysson Fonseca.