Movimento S.O.S. Planserv terá reunião com Ministério Público na segunda-feira (07)
Segue firme a luta do conjunto das/os servidoras/es públicas/os da Bahia por melhorias no Planserv. O movimento S.O.S. Planserv, coletivo criado por representações da categoria, que defende melhorias do plano de saúde tem reunião agendada com a Defensora Pública Drª Rita Tourinho, no Ministério Público da Bahia (MP-BA), para a próxima segunda-feira (07). Além do MP-BA, o movimento reivindica uma reunião com o Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Intensifica-se a cada ano as críticas que a categoria docente, assim como o conjunto do funcionalismo público, faz à qualidade do atendimento do Planserv. Os relatos informam problemas, por exemplo, na dificuldade em conseguir agendar consultas, exames, atendimentos de emergência e outros procedimentos devido à existência de um sistema de cotas mensais. Segundo as/os docentes, quando as clínicas atingem a cota estipulada, logo no início de cada mês, deixam de fazer os agendamentos, ficando para o mês seguinte.
Muitas/os beneficiárias/os, sobretudo do interior, queixam-se sobre a dificuldade em encontrar clínicas credenciadas. Professora do Curso de Enfermagem do Campus I da UNEB, Lilian Marinho, acompanha as discussões do movimento S.O.S. Planserv. “Na Capital, o Plano está ruim, porém, em algumas regiões do interior é caótico. Faltam clínicas credenciadas, atendimentos de emergência são recusados. As servidoras e os servidores são obrigados a viajar, fazer deslocamentos de grandes distâncias para poder garantir o básico. A mobilização do S.O.S. Planserv ganhou a mídia, o que tem ajudado a liberar alguns atendimentos”, explica Lilian.
Desassistida na gravidez
Desde 2014, Dalila Santos é professora do Curso de Jornalismo do Campus de Juazeiro. Beneficiária do Planserv desde o início, afirma que naquele período não tinha críticas. Porém, sentiu-se desassistida no início de 2018, momento em que estava grávida e necessitava planejar o parto. Ela descobriu que no município não havia mais nenhuma maternidade vinculada ao Plano. A opção oferecida à professora era que o parto fosse em Salvador, fato que teria um custo muito maior. Dalila ainda tentou negociar o parto em uma clínica particular com os custos pagos pelo Planserv, mas a possibilidade lhe foi negada. A única alternativa foi deixar o Plano. “Vejo que muitos colegas foram saindo do Planserv, aderindo a outros planos porque aqui em Juazeiro é muito precário”, desabafou.
Novo sistema operacional
Outra questão que preocupa as/os beneficiárias/os é a recente contratação de uma empresa particular para gerenciar o sistema operacional do Planserv. Além do receio de ser o início de um processo de privatização do plano, a demora na implementação do novo sistema Maida Health é apontada como um dos causadores da demora nos atendimentos das longas filas de espera.
ADUNEB na luta
A ADUNEB manifesta solidariedade às/aos colegas e integra à luta contra o desmonte do Planserv. Várias notas com o posicionamento e com as ações da seção sindical já foram publicadas no site da entidade. Em uma dessas publicações, em setembro de 2020, a coordenação manifestou-se criticamente a uma nova oneração do plano de saúde imposta ao funcionalismo público (leia aqui). Na próxima assembleia docente, que terá a data divulgada em breve, o Planserv será novamente um dos pontos da pauta.
Reunião com o governador
A presidenta do Sindsaúde, Ivanilda Brito, uma das coordenadoras do movimento que luta pela restruturação do Planserv, ressalta que uma primeira reunião já foi realizada com o MP-BA, em 11 de julho. Na ocasião, foram apresentados os problemas relacionados ao Plano. “ O governador tem que fazer um aporte financeiro para melhorar a qualidade do Planserv. Estamos buscando uma reunião com Edelvino Góes (Secretário Estadual de Administração) e com o governador Jerônimo Rodrigues. Essa é uma questão de política de governo. É o Executivo que tem que agir”, afirmou Ivanilda.
A Coordenação da ADUNEB relembra que, em 2018, a partir da Lei 14.032/18, o então governador Rui Costa cortou 50% dos repasses do estado ao plano de saúde. Na prática, significou uma redução de investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões e a intensificação do desmonte da saúde pública. A seção sindical ressalta ainda que no Planserv não há atraso de pagamento, ou seja, inadimplência, porque é o valor mensal é descontado diretamente da folha de pagamento do/a servidor/a.
Mapeamento dos problemas
Nesta quinta-feira (03), o Sindsaúde divulgou um canal que busca mapear os problemas do Planserv em toda a Bahia. Ao clicar aqui, as/os beneficiárias/os terão acesso a um cadastro em que poderão fazer denúncias relacionadas ao plano.
Resposta
Após solicitação da ADUNEB, o Planserv enviou uma nota de resposta em que faz elogios e divulga dados sobre o plano de saúde, mas não esclarece nenhum dos problemas apresentados na matéria. De acordo com a nota, o Plano tem atualmente 512.401 beneficiárias/os e investiu R$ 1,7 bilhão em serviços de saúde em 2022. No mesmo ano credenciou 36 novos prestadores. Em 2021 foram 36 credenciamentos e, em 2023, mais 40 credenciamentos. Também no ano passado fez 1,6 milhão de consultas eletivas e 105.551 mil internações regulares. Ainda em 2022, a Assistência reajustou os honorários médicos de diversas especialidades.
A nota informa ainda que para dúvidas e informações, disponibiliza a central de relacionamento (0800 056 6066), que funciona 24 horas por dia. Além de ouvidoria própria, no site do plano: www.planserv.ba.gov.br.