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ADUNEB participa de protesto contra o racismo institucional em universidades e na estrutura sindical



 Na manhã de hoje (09/02), a ADUNEB participou de manifestação durante o 41º Congresso do ANDES-SN, que é realizado em Rio Branco (AC). As professoras Edineiram Maciel, Dina Maria Rosário, Ronalda Barreto e Irenilza Oliveira, integrantes do Coletivo Negras e Negros do ANDES, estiveram presentes nesse ato.

Essa manifestação denunciou o racismo institucional flagrante nas universidades públicas brasileiras e também na estrutura do próprio Sindicato Nacional e suas seções sindicais, que não refletem a diversidade étnico-racial brasileira no tocante à quantidade de docentes negras e negros e indígenas em cargos da sua Diretoria Executiva.
 
Manifestação com a participação das docentes da ADUNEB

Leia abaixo o manifesto produzido e lido durante o protesto pela professora Dina Maria Rosário.

“Uma das maneiras pela qual o racismo estrutural opera são as estratégias para a produção de imagens de controle nas quais a ausência de corpos e mentes negras e indígenas ensinam a naturalização de que apenas corpos brancos podem ocupar os espaços de poder. Silenciamentos discursivos são formas de produção e manutenção da subalternização dos não brancos. Corpos brancos protagonizando as cenas de poder é a cotidianeidade dos últimos cinco séculos. Discursos e/ou cenas nas quais outros corpos não se fazem presentes devem ser entendidas como racistas. 

Nominar práticas como racistas produz desconforto principalmente para aqueles que, a despeito das suas falas e publicações, acalentam a suavização da tensão racial brasileira por meio da mítica democracia racial e negação das violentas práticas de apagamento e descrédito de negras, negros e indígenas. Cuidar da pauta racial é tarefa e responsabilidade de todas, todos e todes intelectuais brasileiros que defendem a democracia, sobretudo aquelas e aqueles que atuam na luta sindical. 
 
O antirracismo é condição de coerência. O dia 6 de fevereiro, primeiro dia do 41º Congresso do ANDES, o momento intencionalmente reservado para a análise da conjuntura foi marcado por ausências e silenciamentos étnico-raciais. Mesa branca, discurso brancocêntrico. Imageticamente a análise da conjuntura ensinou que negras, negros e indígenas não existem e não importam. A branquitude, protagonista do dia 06 de fevereiro, quer ensinar aos docentes das instituições de ensino superior brasileiras que a realidade com seus fatos, fenômenos, processos e sujeitos que servem de referência para a luta sindical é branca. 

Reivindicamos o compromisso político de cada um dos coletivos que compõem o ANDES-SN para compor chapas eleitorais consoante a representatividade do povo brasileiro: 58% de negras e negros, 38% de brancas e brancos e 4% de indígenas, segundo o IBGE. Uma estratégia de reparação e superação do racismo estrutural aqui explicitado”.
 
Profª Dina Rosário durante a leitura do manifesto
 
Fotos: Movimento Docente ADUNEB