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Facetas do Fascismo: discurso de ódio e incitação à violência



 Após o anúncio do segundo turno das eleições presidenciais, o ex-jogador do Ceará e bolsonarista Fabrício Manini divulgou, em suas redes sociais, um pedido aos eleitores do atual Presidente da República: "(...)quando encontrar alguém passando fome ou pedindo algum alimento, não ajude. Passe com o carro por cima da cabeça, pro país não ter mais despesas com esses vermes". Essa foi a forma com a qual o ex-jogador externou sua insatisfação com o resultado que deu ao candidato Lula a primeira colocação no primeiro turno das eleições e não consolidou a promessa do candidato Jair Bolsonaro aos seus eleitores de uma vitória bolsonarista em primeiro turno. 

Lamentável e preocupante não é apenas a ocorrência em si. Mas também a constatação de que esse tipo de ação desumana e violenta não é uma exceção, um caso isolado. Em Salvador, durante as eleições de domingo (02), na Universidade Estácio de Sá, um eleitor bolsonarista foi preso por racismo. Incomodado com a espera para votar chamou a mesária da seção de “negra incompetente” e ainda teria dito que se fosse negro, gay ou “índio” já teria conseguido votar. A ascenção da violência no contexto político brasileiro na gestão do atual presidente é uma realidade, como a ADUNEB já abordou e denunciou em outras ocasiões (leia mais aqui).

É preciso se perguntar: Que democracia é essa, em que os direitos básicos da população são retirados, atacados, desrespeitados? Quem são os "agentes" que têm incentivado e imposto esse cenário acirrado de violência por motivação política no país? A quem essa violência intimida e a quem ela favorece? Qual o valor dado à vida de uma cidadã ou de um cidadão que não ocupe as altas camadas sociais nesse país? Qual lugar cada uma e cada um de nós ocupa socialmente nesse cenário? Esses são pontos relevantes a serem considerados para um voto consciente, que busque levar o Brasil a atravessar o abismo que o tem afastado das noções mínimas de civilidade e de civilização.