O assassinato de Marcelo Arruda e a escalada da violência política no país
Neste sábado (09), o Guarda Municipal Marcelo Arruda foi morto a tiros pelo policial penal federal e bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho. O aniversário de 50 anos de Marcelo, com decoração do PT, foi invadido pelo policial que, aos gritos de "Aqui é Bolsonaro", atirou contra o petista. O resultado dessa violência foi a morte de Marcelo Arruda, que foi levado ao hospital, mas não resistiu.
A escalada da violência política avança progressivamente e a lista de ataques, assassinatos e outras violências na política brasileira incentivada e motivada pela atual gestão do Presidente Jair Bolsonaro é extensa. A morte de Mestre Moa do Katendê, que foi assassinado a facadas em outubro de 2018 por declarar seu apoio a Fernando Haddad; o atentado contra o cineasta Guilherme Daldin, que, no mesmo mês e ano, foi atropelado por usar uma camiseta com a imagem de Lula, no Paraná; o ataque de bolsonaristas armados à Casa do Estudante em Curitiba, em 2019; a morte a socos e pontapés do idoso Antônio Carlos Rodrigues Furtado pelo apoiador de Bolsonaro, Fábio Leandro Schwindlein, por divergências políticas; as agressões de seguranças e apoiadores do atual Presidente às equipe da TV Bahia e TV Aratu, em Itamaraju, em dezembro de 2021, são apenas alguns exemplos que compõem essa lista.
Mas o que esperar de um Presidente que, desde a sua campanha eleitoral, incentiva a violência com frases como "vamos fuzilar a petralhada", "violência se combate com violência" e cujo gesto símbolo de campanha era a representação de uma arma? Isso sem contabilizar toda a sorte de declarações preconceituosas, homofóbicas, xenofóbicas, racistas que o atual dirigente do país divulga ampla e constantemente. O discurso de ódio de Jair Bolsonaro incita a violência de seus apoiadores, influencia e legitima tais atos.
O assassinato de Marcelo Arruda, como já dito, não é um caso isolado. De acordo com o Observatório da Violência Política e Eleitoral, que é integrado por pesquisadores do Grupo de Investigação Eleitoral (GIEL) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), no primeiro semestre de 2022, se tem registro de 214 casos de violência com motivação política. Em comparação ao mesmo período relativo às eleições municipais de 2020, houve um crescimento de 23% neste ano. Conforme o estudo, a violência mais frequente foi ameaça, com um registro de 37 ocorrências (36,6%). Na sequência, identificaram a agressão, com 27 casos (26,7%) e homicídios, com 19 casos (18,8%).
A ADUNEB se solidariza aos familiares de Marcelo Arruda e a todas aquelas e todos aqueles que têm suas vidas colocadas em risco constante, ameaçadas pelo radicalismo e pela violência que assola a política brasileira. Que nas próximas eleições a consciência, a defesa da vida e da democracia sejam os fatores determinantes, para que esse cenário catastrófico em que o Brasil se encontra seja transformado!