Câmara Federal discutirá projeto que proíbe a suspensão das aulas presenciais durante a pandemia
Deputadxs Federais negacionistas aprovaram na Câmara dos Deputados, na terça-feira (13), a urgência na discussão de um projeto que colocará as aulas presenciais públicas e particulares como serviços e atividades essenciais. Assim, a norma proibirá a suspensão de aulas presenciais da educação básica e de ensino superior durante a pandemia.
A urgência aprovada na terça-feira, por 307 votos a favor e 131 contrários, faz com que a proposta não passe pela análise das comissões do Congresso, sendo encaminhada diretamente para a discussão no plenário da Câmara. A intenção da deputada e relatora da matéria, Joice Hasselmann (PSL), era que a votação ocorresse nesta quarta-feira (14), fato que não aconteceu devido ao luto no Congresso pelo falecimento do deputado José Carlos Schiavinato (PP).
Em nota à imprensa o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) ressaltou posição contrária à proposta, que poderá colocar em risco a vida de milhares de estudantes, docentes e profissionais que atuam na área da educação. "O Consed acredita que não é o momento de obrigar estados e municípios a abrirem suas escolas, numa decisão única para todo o país. É preciso considerar ainda que as medidas de prevenção adotadas por meio dos protocolos foram pensadas para uma situação controlada e não para um momento de risco extremo, como o que vivemos".
A Coordenação da ADUNEB acompanha as discussões na Câmara e manifesta posição de crítica veemente ao projeto, que configura-se como um verdadeiro atentado à vida. “O negacionismo e a tentativa de colocar o lucro em detrimento da vida, levado a cabo por deputados e deputadas de direita e de extrema direta chegam a limites inconcebíveis. O país passa pelo pior momento da pandemia, com novas variantes do vírus e ainda mais agressivas. Chegamos a 358 mil mortes, com a vacinação ocorrendo de maneira lenta devido à incompetência do Governo Federal. A situação é de hospitais lotados, falta de insumos para o tratamento e, nada disso, sensibiliza os parlamentares”, afirmou a coordenadora geral da ADUNEB, Ronalda Barreto. "Precisamos pressionar o Congresso Nacional para votar contra a proposta”, finalizou a professora.