Notícias

8M: Mulheres, movimento sindical e movimentos sociais em pauta!



O primeiro encontro do projeto “Mulheres em (Re)Existência: enfrentamento às violências em contextos opressores” aconteceu na noite de quinta-feira (12) e teve como tema Movimento sindical livre insubmisso e sua articulação com os movimentos sociais: coletivos de mulheres. As convidadas para a Mesa de Abertura, Profa. Ronalda Barreto (DEDC I/Coordenadora da Direção Executiva da ADUNEB), Profa. Elília Rodrigues (DEDC XIII), Profa. Marluce Santana (DCH XXI) e Profa. Carla Meira Carvalho (DEDC I) abordaram temas complementares sobre a luta das mulheres, recuperando historicamente a luta das mulheres desde o marco do 8 de março até a contemporaneidade. A mediação foi da Profa. Irenilza Oliveira (DEDC XIV/Coordenadora de Gênero, Etnia e Diversidade-ADUNEB). 
 
Ronalda Barreto, primeira convidada da noite, abordou o papel dos sindicatos na luta das mulheres. De acordo com Ronalda, os sindicatos ainda estão em processo para compreender e incorporar novas demandas, agendas e questões sociais, inclusive as advindas, atualmente, da ascensão do fascismo, do machismo e das consequentes violências simbólicas e físicas contra as mulheres em seus diversos contextos, entre eles, o mundo do trabalho. A professora ainda ressaltou a necessidade de uma atuação articulada entre sindicatos e movimentos sociais na luta. 
 
A Profa. Elília Camargo voltou-se para um marco histórico e social das mulheres na sociedade desde o nascimento da sociedade patriarcal, cujo curso se deu como forma de desenvolvimento do capitalismo. A partir disso, falou sobre o surgimento do feminismo como insubmissão e resistência à desumanização das mulheres. O apagamento das mulheres, de suas conquistas, de seu trabalho e de seus nomes na história também foi destaque na fala da professora. “Não podemos dialogar sem expor nossos nomes porque nós somos presença nessa história. Uma presença de conquistas e presença também de negação da própria existência”, afirma. Por fim, chama à memória a desumanidade perpetrada contra mulheres, o que permanece sendo uma realidade, trazendo os nomes de Elitânia de Souza, Tatiane Fonseca, Heloíse Maria, Andréia de Souza e Ellen Moreira, que tiveram suas vidas ceifadas por atos feminicídas. 
 
Marluce Santana trouxe uma reflexão sobre o 8 de março e o afastamento desse marco de sua origem, diretamente ligado às mulheres da classe operária. A partir de pensamentos e pesquisas da Profa. Maria Lígia Moraes (UNICAMP), Marluce apontou o apagamento histórico do marco da greve das tecelãs de Petrogrado e suas reivindicações por direitos iguais, que foram o estopim da primeira fase da Revolução Russa, como estratégia de invisibilização e enfraquecimento da luta e da resistência das mulheres. Destacou ainda a necessidade de se manter essa conexão com a origem da luta das trabalhadoras, enfatizando a luta no combate à violência contra as mulheres – com especial atenção àquelas que ocupam os grupos mais precarizados social e economicamente, como negras, indígenas e campesinas – e a falta de políticas públicas que defendam as vidas das mulheres.
 
O encerramento da Mesa de Abertura foi realizado pela Profa. Carla Meira, graduada em Licenciatura em Teatro e doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia, Assistente Pedagógica do Curso de Licenciatura em Música da UNEB e pesquisadora da área de Artes. Para Carla, as formas de opressão mais dolorosas e cruéis são combatidas pela arte e suas diferentes expressões e, como arte-educadora, reivindica esse espaço (a arte) como lugar de luta e de libertação. De forma poética, encerrou sua participação recitando o poema Com Licença Poética, de Adélia Prado. 
 
Assista à live completa: https://tinyurl.com/2czxtxku 
 
Sobre o projeto
Realizado de 11 a 31 de março, “Vozes de Mulheres em Re(existência): enfrentamento às violências e aos contextos opressores” marca o mês de luta das mulheres, propondo uma reflexão sobre a condição das mulheres na contemporaneidade. Rodas de conversa, vídeos e um sarau integram a programação, que tem como objetivos ouvir as diversas vozes de mulheres no que tange ao seu pertencimento aos diversos territórios de atuação, refletir sobre como a pandemia da COVID-19 impacta no cotidiano dessas mulheres e debater formas de neutralização de violências que incorrem sobre os corpos e mentes de mulheres. Programação transmitida ao vivo pelo YouTube e Facebook da ADUNEB. 

Programação completa no link: https://tinyurl.com/t6pp8n26