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ADUNEB solidariza-se com o povo amazonense



 Vidas silenciadas pelo negacionismo e obscurantismo. A população do Estado do Amazonas enfrenta uma tragédia sem precedentes como consequência da falta de planejamento e negligência com as políticas de saúde pública voltadas ao combate à Covid-19. 

Segundo informações divulgadas pela imprensa, apenas na última semana, o estado teve uma alta na média móvel de mortes de 183%. Foram 5,8 mil falecimentos vítimas da Covid, com 219 mil pessoas infectadas. O cenário ocasionou colapso no sistema de saúde. Unidades de atendimento estão sem estoque de oxigênio, os cemitérios lotados obrigam a utilização de câmaras frigoríficas, há informações de que uma ala inteira de um hospital teve seus pacientes mortos por falta de oxigênio, mais de 400 pessoas agonizam em uma fila de espera de leito em UTI.

A coordenação da ADUNEB lamenta a tragédia e solidariza-se com o povo amazonense. A direção do sindicato clama para que as autoridades locais e nacionais priorizem as vidas das brasileiras e dos brasileiros. Diante da tragédia, torna-se importante relembrar que Manaus, a despeito da grave situação na primeira fase da pandemia, foi a primeira capital a retomar as aulas presenciais, ainda no mês de julho para a rede particular e em agosto para cerca de 110 mil estudantes da rede pública (ensino médio e EJA). A ação irresponsável dos políticos locais fez com que logo no início de setembro 342 docentes testassem positivo para Covid naquela capital.

A nota técnica nº 12 da FIOCRUZ (leia aqui), de 22 de julho de 2020, alerta para o perigo do retorno prematura das aulas em todo o país. De acordo com o documento, mais de 9 milhões de (4,4% da população do país) idosos e adultos com diabetes, doença do coração ou do pulmão, moram com pelo menos uma pessoa em idade escolar (3 e 17 anos). Mais de 5 milhões de idosos (60 anos e mais) residem em domicílio com pelo menos um menor entre 3 e 17 anos (2,6% da população do país).

Importante ressaltar ainda que o governador do estado, após um grande protesto de comerciantes e empresários, em 23 de dezembro, sucumbiu à pressão e voltou atrás em um decreto que iria fechar por 15 dias shoppings, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais. A retirada do decreto, que priorizou a economia em detrimento da vida, também colaborou para o atual drama.

Que a tragédia que impacta o povo amazonense sirva de exemplo para o resto do país, que soma mais de 207 mil mortes vítimas da Covid-19. Vidas em primeiro lugar! Fique em Casa!

Coordenação ADUNEB