ADUNEB repudia mais uma vida ceifada pelo racismo
Às vésperas do Dia da Consciência Negra, mais um assassinato motivado pelo racismo estrutural foi registrado no Brasil. Um homem negro foi espancado até a morte por dois seguranças brancos do supermercado da rede Carrefour, na zona norte de Porto Alegre.
A vítima, João Alberto Freitas, 40 anos, foi ao supermercado com a esposa e, segundo testemunhas, após uma discussão no caixa, foi levado ao estacionamento inferior do local, onde ocorreram as agressões. A causa mortis foi chutes, diversos socos e sufocamento, mas, sobretudo, o ódio pela cor da pele.
Vídeos da vítima sendo covarde e violentamente agredida, pedindo socorro, foram divulgadas nas redes sociais e por veículos de imprensa. Em nota, a rede Carrefour informou repudiar qualquer tipo de violência, que irá rescindir os contratos dos agressores e prestar apoio à família. Mas será que só isso basta? Quantos mais morrerão vítimas do preconceito e das políticas genocidas do Estado brasileiro? No país, 75,7% das vítimas de homicídio são negras. Os assassinatos de pessoas negras cresceram 11,5% em 10 anos, enquanto os de pessoas brancas caiu em 13% no mesmo período. Os dados são do Atlas da Violência 2020.
Urge combater o genocídio da população negra, pobre e periférica. A ADUNEB repudia qualquer ato de preconceito contra a cor de pele ou raça. A coordenação do sindicato clama por justiça a João Alberto e defende a tese de que não basta não ser racista, é preciso combater o racismo. Que os assassinos, assim como a empresa Carrefour, sejam punidos exemplarmente. A ADUNEB luta para que negras e negros possam, cada vez mais, conquistar espaços de poder historicamente negados. Somente assim, a partir da ocupação de espaços e da efetivação de políticas públicas antirracistas, a estrutura social vigente poderá ser quebrada, a fim de compensar as discrepâncias seculares da sociedade.
#VidasNegrasImportam
Coordenação ADUNEB