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CONSU aprova ensino de graduação, de maneira emergencial, por mediação tecnológica



O Conselho Universitário da UNEB aprovou, nesta terça-feira (06), o ensino de graduação da universidade por mediação tecnológica, devido à falta de condições sanitárias causadas pela Covid-19. A ADUNEB, juntamente com o SINTEST e o DCE, que não se colocaram contrários ao ensino remoto emergencial, não tiveram atendida a reivindicação de esperar mais uma semana de prazo para a elaboração do diagnóstico. Esse tempo seria essencial para pautar com precisão os rumos da UNEB e para atender ao que está determinado no documento referencial aprovado no CONSU.

No período da manhã, a Reitoria apresentou os dados do questionário relativos à “Pesquisa UNEB 2020: Nós por Nós”, realizada com todos os segmentos da comunidade acadêmica (veja aqui). Após o almoço, mesmo sem a análise dos dados, sem a elaboração de um diagnóstico a partir das informações do questionário, a gestão da universidade apresentou um Plano de Conectividade e encaminhou à votação a aprovação das aulas por mediação tecnológica (veja aqui). Defendeu ainda que as resoluções de como ocorrerão as aulas aconteçam na próxima reunião do CONSEPE. 

ADUNEB, SINTEST e DCE, depois de muito dialogarem com as/os conselheiras/os na tentativa de mostrar a necessidade do diagnóstico, conforme era desejo dos três segmentos da comunidade acadêmica, abstiveram-se da votação. A abstenção se deu por compreender que não havia subsídios suficientes para garantir as condições de trabalho dos docentes e das/os servidoras/es técnico-administrativos e a inclusão das/os estudantes em situação de vulnerabilidade social.

A coordenadora geral da ADUNEB, Ronalda Barreto ressalta que o sindicato entende a necessidade do ensino por mediação tecnológica, porém, de maneira emergencial e provisória, com o retorno das aulas presenciais assim que as condições sanitárias permitam. “O que tivemos no CONSU foi a apresentação de dados, não de um diagnóstico da UNEB. Nossa luta até aqui foi para que a UNEB definisse parâmetros, regulamentasse esse ensino on-line, a fim de preservar a saúde da comunidade acadêmica, a segurança, a qualidade da educação e a inclusão das e dos estudantes. Em uma semana poderíamos ter elementos para garantir que o ensino oferecido não seja faz-de-conta como está sendo em muitas universidades, mas que tenha a qualidade necessária”, afirmou a professora Ronalda.

Sobre a abstenção na votação, as representações da ADUNEB no CONSU, informaram que o posicionamento crítico ocorreu, pois, a universidade tomou a decisão mais importante dos últimos tempos sem sequer realizar o diagnóstico, o cruzamento dos dados das pesquisas e sua análise. Para o sindicato, apenas mais uma semana seria o prazo necessário para analisar os dados e a proposta de apoio às/aos trabalhadoras/es e às/aos estudantes, apresentada naquele momento de forma rápida. Votar nesta reunião foi assinar um cheque em branco. 

Adesão ao questionário

Embora crítica aos encaminhamentos do CONSU, a ADUNEB saudou os envolvidos na aplicação dos questionários e reconheceu os expressivos números conquistados em um pacto dos segmentos da comunidade acadêmica, a gestão e o Fórum de Diretores. A adesão foi de 84,2% dos docentes, 77,1% tanto dos estudantes quanto das/os servidoras/es técnicas/os. 

Conectividade

Quanto ao Plano de Conectividade proposto pela Reitoria, entre as ações estão a cessão de 200 celulares às/os coordenadoras/es de cursos; proporcionar internet patrocinada (2GB por mês) a 1.200 estudantes; fornecer chips (8G por mês) a 2.500 docentes e servidoras/es técnicas/os; e implantar bolsa conectividade de 800,00 reais a 3 mil estudantes. A gestão analisa ainda a viabilidade de alugar 3 mil notebooks, com sistema operacional e manutenção inclusas. A ADUNEB entende que não foram oferecidos os elementos para saber se a proposta acima atende às necessidades, dado que foram apontadas, por alguns conselheiros, várias contradições nos números apresentados e na própria proposta.