Nota de solidariedade: Protejam padre Júlio
“Seria muito fácil falar em defender os pobres e estar longe deles na hora em que eles sofrem. Eu agradeço a Deus e peço forças pra não falar uma coisa e fazer outra". Essa é uma das muitas frases que evidenciam a grandeza do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo e defensor dos direitos humanos. Tendo a prática como critério da verdade, mesmo em tempos de pandemia e isolamento social, aos 71 anos, ele continua dia a dia auxiliando diretamente a população em situação de rua. Além disso, no Brasil, padre Júlio está entre os principais representantes da igreja Católica que sistematicamente se coloca, de maneira enfática, contrário ao governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.
A ADUNEB solidariza-se com padre Júlio Lancellotti que, na última terça-feira (15), foi novamente ameaçado devido aos seus posicionamentos políticos e ao trabalho social que desenvolve na capital paulista. De acordo com o boletim de ocorrência, o religioso teria sido xingado por um motoqueiro enquanto realizava o atendimento à população em situação de rua na região central de São Paulo.
Lancellotti tem sido atacado por uma campanha que tenta desqualificá-lo e tem como origem o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado estadual, Arthur do Val (Patriota). Integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), o político tem publicado inúmeros vídeos em redes sociais com ofenças a padre Júlio, chamando-o de “cafetão da miséria”. O representante do MBL nega o envolvimento com as ameaças ao religioso.
Essa não é a primeira vez que Júlio Lancellotti denuncia ameaças. Em 27 de janeiro deste ano, durante uma ação, policiais teriam dito a três jovens em situação de rua que "A hora do Padre Júlio Lancelotti vai chegar".
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