Nota de repúdio à truculência do Governador Zema na tentativa de expulsão de assentamento do MST
A Associação dos Docentes da UNEB repudia as ações covardes e truculentas no Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), que tenta expulsar, com ordem de reapropriação de posse, cerca de 450 famílias do Quilombo Campo Grande. O local é um assentamento do Movimento Sem Terra (MST), localizado no Sul de Minas Gerais, em uma região de litígio entre os estados de São Paulo e Minas.
As centenas de famílias, incluindo mulheres grávidas e idosas/os, estão, desde a última quarta-feira (12), resistindo às ações violentas de expulsão da Polícia Militar. Como parte das estratégias truculentas, no dia 12, a PM destruiu um barracão e a escola do local e, na quinta-feira (13), ateou fogo em parte do terreno do acampamento como tentativa de intimidação para expulsar as famílias que estão sem dormir há mais de 24 horas e com pouca alimentação. Em fevereiro do ano passado, o Governador Zema já havia fechado a escola que possuía três turmas e planejava aumentar o atendimento à comunidade local.
O quadro gravíssimo torna-se ainda pior nesse contexto de pandemia e necessidade de isolamento social devido à COVID-19. Segundo o MST, as famílias moram no local há mais de 20 anos e, caso sejam expulsas, não terão local para residir. A questão jurídica de disputa por aquela localidade, que envolve a falida Usina Ariadnópolis, em Campo do Meio, acontece há duas décadas. Por que o despejo justamente durante a pandemia?
Para a ADUNEB, a ação do governador evidencia a política de genocídio da população trabalhadora e pobre do país, levada a cabo pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos governadores e prefeitos que o apoiam. A ADUNEB soma-se às demais entidades, movimentos sociais e organizações de esquerda, em defesa de pautas progressistas para repudiar as ações da Polícia Militar de Minas Gerais. Qualquer tragédia que venha a ocorrer terá como culpados o Governador Zema e demais governantes que levam o povo à morte, quer seja por ações violentas ou por expor ao coronavírus ao flexibilizar as medidas restritivas de isolamento social, dando à vida um cunho de normalidade ou por impor a abertura de escolas, iniciando o alunicídio em massa.
Coordenação Executiva ADUNEB