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CONSU aprova diagnóstico da UNEB como etapa preliminar à possibilidade de ensino remoto



 O Conselho Universitário da UNEB (CONSU), que tem a participação da ADUNEB, em reunião remota extraordinária, aprovou o documento com orientações gerais a respeito de possíveis atividades acadêmicas durante e após o isolamento social. Os principais posicionamentos defendidos pelo movimento docente foram referendados pelas/os conselheiras/os da universidade. A aprovação do documento aconteceu depois de dois dias de exaustivos trabalhos, realizados nestas quarta-feira (29) e quinta-feira (30). As atividades foram transmitidas pelo canal da TV UNEB, no Youtube, fato que ocorreu pela primeira vez na história.

A necessidade de um amplo e criterioso diagnóstico preliminar foi aprovado pelo CONSU como a primeira etapa do processo que analisará a possibilidade de implantação de ensino remoto. Os questionários unificados, que farão parte do diagnóstico, terão como meta, no mínimo, 75% de cada um dos três segmentos da comunidade acadêmica: docentes, estudantes e técnicas/os administrativas/os. O prazo para a aplicação dos questionários será de 15 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais uma quinzena. Depois desse período, a análise dos dados deverá ser feita em um mês, podendo ser prorrogado por mais 30 dias, caso seja necessário.

Quanto à abrangência do diagnóstico, ADUNEB, DCE e SINTEST defenderam que os questionários deveriam compreender, no mínimo, 90% de cada um dos segmentos da comunidade acadêmica. Essa seria uma maneira de ouvir um número maior de estudantes e, assim, estabelecer políticas que evitem a possibilidade de excluí-las/os da universidade.

A coordenadora geral da ADUNEB, Ronalda Barreto, reconheceu o amplo exercício da democracia no processo de discussão e o esforço de todos os segmentos da universidade na construção do documento e fez as seguintes ponderações: “O documento final não é o ideal, mas foi o possível nesse momento.  Para a ADUNEB, esse processo está no seu início. O documento aponta para a democracia, mas ainda não a garante. Se o diagnóstico não for realizado de maneira ampla e criteriosa, com a participação do maior número possível de pessoas, a fim de subsidiar o planejamento institucional e pedagógico, a formação, as condições de trabalho não forem oferecidas, poderemos ter um processo com rito democrático, mas com o resultado final excludente. Não podemos aceitar na UNEB o que tem acontecido em várias universidades brasileiras, que implementam o ensino remoto às custas da exclusão de muitos estudantes e da saúde dos seus trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou a professora Ronalda.

Diagnóstico como etapa inicial

O diagnóstico era uma das necessidades defendidas pela ADUNEB após inúmeras reuniões remotas com a categoria e duas plenárias docentes. Para a coordenação da ADUNEB, será a partir desse diagnóstico que se poderá discutir a viabilidade das atividades acadêmicas remotas e como poderão ser implantadas. A preocupação tem, na sua base, as especificidades e diversidades da multicampia da UNEB, uma universidade popular e inclusiva que abriga comunidades oprimidas, a exemplo de indígenas, quilombolas, negras/os, ciganas/os, entre outras. 

A segunda etapa, após o diagnóstico, será pensar na garantia de condições materiais e tecnológicas para todas/os as/os estudantes, condições de trabalho para servidoras/es docentes e técnicas/os. Vencido esse momento, as atenções estarão voltadas para o planejamento das atividades acadêmicas que poderão ser desenvolvidas se garantidas as condições objetivas evidenciadas a partir dos dados levantados.   

O documento analisado pelo CONSU nesta semana, voltado às atividades acadêmicas da UNEB, é oriundo dos trabalhos de uma das comissões constituídas a partir da Resolução 1.412/2020. O segundo documento, referente a aspectos administrativos e de gestão de pessoas, será analisado na próxima terça-feira (04). As duas comissões, que trabalharam desde o mês de maio, também possuíam representações da ADUNEB. Logo que possível, o sindicato fará ampla divulgação dos dois documentos que, após aprovados, serão unificados em um único texto de orientações.