NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE DIVERGÊNCIAS POLÍTICAS EM REUNIÃO DO COLEGIADO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
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O ambiente universitário, por se constituir um ambiente democrático, propicia, no debate de ideias, paradoxos e conflitos. Em casos de excessos, é prudente a apuração dos fatos. Entretanto, a tentativa de mediação, do diálogo é sempre o melhor caminho. Segundo Gandhi, “a regra de ouro da conduta é a tolerância mútua, porque nunca pensamos todos da mesma forma e sempre veremos só uma parte da verdade sob diferentes ângulos”.
Em diversos momentos da nossa universidade, a destruição de reputações sobrepõe-se às causas gerais. São vários os episódios em períodos pré-eleitorais e mesmo em conflitos entre os membros da comunidade universitária. Inúmeras são as vítimas de calúnias e difamações, cujos episódios ficam sem apuração e às vítimas não são dadas a oportunidade de defesa. Temos exemplos que causaram profundos constrangimentos e dores. Em um momento tão difícil e delicado quanto esse que estamos vivendo, consideramos que os cuidados devam ser redobrados.
Infelizmente, interesses outros pautam algumas condutas na nossa universidade, o que, historicamente, tem sido prejudicial ao desenvolvimento institucional.
Hoje, episódios desse tipo se revestem de características peculiares e tomam uma propagação veloz e gigantesca com o uso das novas tecnologias da informação e da comunicação via redes sociais, o que facilita a distorção comunicacional.
O afirmado se propaga velozmente, o desmentido, de modo geral, vem em notas pequenas e quase imperceptíveis, não sendo capazes de desfazer a destruição provocada, muitas vezes, de vidas inteiras.
O melhor (ou pior) exemplo é a eleição do Presidente da República através de métodos similares e que está levando ao genocídio do povo brasileiro.
Após a greve, em boletim, a ADUNEB convidou a comunidade universitária a refletir sobre esse fenômeno na vida social e política a partir de disputas internas e externas à UNEB, para que as mesmas não enfraqueçam a luta maior.
As notas públicas têm um papel importante na informação das categorias, nas suas mobilizações e não podem fragilizar os laços de confiança e companheirismo que podem ajudar a salvar vidas e defender a democracia frente à pandemia, ao fascismo e à necropolítica.
Temos a ressaltar, no episódio divulgado em notas acerca da reunião de colegiado do Curso de Ciências Sociais, bem como nas manifestações posteriores nas redes sociais:
1 - Ao não apontar “a professora” causa constrangimento a todas as professoras do curso;
2 – Evidencia o problema da privacidade no trabalho remoto, da linha tênue entre o espaço público e o espaço privado;
3 – Chama a atenção para a necessidade de preparo do espaço doméstico. Portanto, para a garantia das condições de trabalho;
4 - Impõe a necessidade de regulamentação desse tipo de trabalho, com proteção da imagem dos envolvidos e da produção veiculada;
5 - Pode condenar, sem o direito à apuração e ao contraditório, o que são princípios fundamentais à vida democrática.
Assim, considerando que NEM TUDO VALE, A LUTA VALE, O VALE TUDO NÃO, a direção Executiva da ADUNEB solicita à instituição que apure os fatos, o mais rapidamente possível, em busca da verdade, da mediação do conflito e do combate ao ataque da reputação de membros da comunidade acadêmica. Nossa existência se justifica pela defesa da universidade pública, dos direitos da categoria, da justiça em todas as suas dimensões. Na universidade, sobretudo, as divergências de opiniões políticas devem ser debatidas e não criminalizadas.
Coordenação Executiva ADUNEB
