Seminário promovido pela ADUNEB debateu as políticas afirmativas na UNEB
O seminário "Garantir conquistas! Ampliar direitos!: os desafios das políticas afirmativas na UNEB", promovido pela ADUNEB, aconteceu em 18.11, no Campus I da universidade. Para refletir sobre o programa de cotas, de permanência estudantil e outras ações afirmativas participaram da mesa, realizada no período da manhã, as Pró-Reitoras Eliene da Silva (PROGRAD), Amélia Maraux (PROAF) e Elivânia Alves (PRAES). Não compareceram representantes da Pró-Reitora de Extensão (PROEX) e da Pró-Reitoria de Pesquisa (PPG), ambas fundamentais nas ações de permanência dos alunos cotistas. A coordenação foi da professora Marluce de Santana, coordenadora da ADUNEB na pasta de Gênero, Etnia e Diversidade. O evento foi idealizado pelo Grupo de Trabalho em Políticas de Classe, Etnia, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS).
Durante os diálogos, as pró-reitoras ressaltaram que as ações afirmativas são entendidas, na UNEB, como direito das populações historicamente excluídas na sociedade e não como forma de assistencialismo. Ressaltaram o importante papel da universidade na interiorização do ensino superior com seu caráter popular e inclusivo. Afirmaram que as cotas e outros programas afirmativos são frutos das lutas dos movimentos populares, a exemplo das comunidades negras, indígenas, quilombolas, marisqueiras e LGBTQI+. As gestoras também manifestaram preocupação diante da atual política de retrocessos na educação pública e perdas de direitos sociais no país.
Marluce Santana, Elivânia Alves, Amélia Maraux e Eliene da Silva
Devido à importância do tema, o seminário teve a participação de professores e representações estudantis de vários campi da UNEB do interior, entre eles: Teixeira de Freitas, Barreiras, Paulo Afonso, Ipiaú, Bom Jesus da Lapa e Guanambi. Durante a atividade as/os estudantes trouxeram suas experiências enquanto alunas e alunos cotistas, também inseridos em programas de assistência estudantil e outras bolsas de auxílio. Embora reconheçam a importância das ações atualmente desenvolvidas, ressaltaram a urgente necessidade de avanços em vários aspectos. Alguns dos exemplos citados foram melhorias nos processos de seleção dos programas, número de bolsas e aumento dos valores das mesmas. Em outro sentido, reivindicaram ações de sensibilização de parcela do corpo docente para as dificuldades econômicas, estruturais e, em consequência, psicológicas das/os estudantes como condição para a sua real inclusão e integração na universidade.
Uma preocupação manifestada pelos participantes do evento se deu em relação à ampliação de recursos destinados às ações afirmativas por parte do governo estadual, à autonomia da universidade na gestão de recursos, à estruturação participativa da política interna, bem como em relação às condições para a efetivação das ações pertinentes.
No período da tarde, as/os integrantes do seminário participaram de grupos de trabalho (GT) que discutiram as dificuldades e especificidades de cada um dos segmentos sociais presentes na atividade. A participação nos grupos foi de acordo com a auto identificação das/os participantes ou com o interesse pela militância nos respectivos segmentos sociais. Os encaminhamentos de cada um dos GTs (indígena; afrodescendentes/quilombola; pessoas com deficiência, autistas e altas habilidades; e LGBTQI+) serão repassados à gestão da UNEB.