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Protestos Nacionais Em Defesa Da Educação Pública



 Colegas, estudantes e servidores técnico-administrativos, estamos diante de uma conjuntura de retrocessos e real desmonte da educação pública. Tanto no âmbito federal quanto estadual, ações que precarizam as escolas, institutos e universidades públicas são colocadas em prática. Cortes e contingenciamentos de recursos, desrespeito às leis trabalhistas, interferências na autonomia universitária, extinção de milhares de bolsas de pesquisa científica, militarização de escolas estaduais e, por fim, proposta de transferência da gestão da educação pública básica e superior para Organizações Sociais constituem desafios a serem enfrentados.

A lógica privatista que se apresenta com o projeto “Future-se” não se limita às instituições federais. Ações e ideias acerca da previdência social, a exemplo da capitalização (BAPREV) e do aumento da alíquota de desconto nos salários evidenciam a perspectiva de vulnerabilidade dos servidores públicos e demais trabalhadores – inclusive aposentados - para os quais os governantes impõem as consequências da crise em que o país foi mergulhado.

A terceirização da saúde, já consolidada, expande para a educação. Chega-se ao extremo de indicar o pagamento de mensalidade na universidade pública e a demissão de professores universitários. A campanha veiculada na mídia com afirmações do tipo: “salários gordos dos professores do ensino superior público” (Weintraub) ou “salário médio dos professores universitários das instituições baianas é de R$ 14 mil” (Rui Costa), associada às ideias equivocadas sobre o trabalho na universidade visa desqualificar o trabalho e colocar a população contra os professores e os gestores universitários, todos “agentes da balbúrdia”.

A universidade é, historicamente, o espaço da resistência e, mais do que nunca, precisa reagir. Um país, um estado que não prioriza a universidade, coloca-se em posição de subalternidade e favorece crescimento econômico com concentração de renda e riqueza no local, no cenário nacional e internacional. Os impostos recolhidos continuam favorecendo ao mais ricos e subordinando a qualidade de vida dos trabalhadores ao crescimento desigual da economia. Nossa luta é por um desenvolvimento com promoção da igualdade social.
 
Como parte da luta, na próxima quarta-feira (02) e quinta-feira (03), acontecerão em todo o país protestos e paralisações. A coordenação da ADUNEB convoca a todas e todos  docentes e os demais segmentos da comunidade acadêmica da UNEB a participarem dos atos públicos. Em Salvador, no dia 02, a mobilização em defesa do ensino público será às 9h, na Reitoria da UFBA. No dia 03, também às 9h, acontecerá uma passeata, com concentração no Campo Grande. Outras atividades também ocorrerão em várias cidades do interior do estado.

Os protestos nacionais são chamados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). Na capital baiana, a passeata do dia 3 também foi construída pela ADUNEB, APUB, SINASEFE, CUT, CBT, ANDES-SN, Frente Brasil Popular, APLB, UBES, ABES, UEB, entre outras entidades do setor da educação.

Coordenação ADUNEB