Docentes aderem à Greve Nacional da Educação e paralisam a UNEB em 13 de agosto
Todas e todos em defesa da educação pública e contra a reforma da Previdência. Foi a partir dessas bandeiras de luta que a assembleia geral da ADUNEB aprovou a paralisação das atividades acadêmicas da UNEB, com portões fechados, na terça-feira (13), dia da Greve Nacional da Educação. A atividade aconteceu no auditório do sindicato, no Campus I da universidade, nesta quarta-feira (07).
A deliberação é que a paralisação aconteça em todos os 24 campi da UNEB. Por ser um dia nacional de protestos, a orientação é que as/os professoras/es participem das manifestações que acontecerão nas cidades em que estão localizados os campi da universidade. Para as/os docentes que atuam em municípios em que não ocorrerão protestos, a ADUNEB poderá auxiliá-los a participar da passeata de Salvador, com concentração às 9h, no Campo Grande. Antes, às 7h, um ato público será realizado em frente à UNEB, no Cabula, para o fechamento dos portões.
No dia nacional de protesto, manifestações e paralisações de profissionais da educação de todos os estados ocuparão as ruas contra os retrocessos na educação. Entre os principais pontos estão os profundos cortes orçamentários da educação, a reforma da Previdência e o programa Future-se, lançado no mês passado e que pretende implantar um caráter privatista nas universidades públicas.
Segundo a coordenação da ADUNEB, embora o Future-se tenha como alvo principal as universidades federais, o programa também atingirá as instituições estaduais. “Se aprovado esse projeto fará o desmonte do ensino público, atacando o investimento público na educação, a carreira docente e a gratuidade do ensino. O projeto propõe a alteração de 17 leis, inclusive da LBD – Leis de Diretrizes de Bases da Educação. Engana-se quem acha que as universidades estaduais passarão ilesas. Precisamos nos organizar para o enfrentamento”, afirmou a coordenadora geral da ADUNEB, Ronalda Barreto.
Ainda sobre o Future-se, um dos encaminhamentos da assembleia é que as/os docentes utilizem espaços de suas aulas para ampliar a discussão e alertar as/os estudantes sobre os perigos do programa. A ADUNEB também produzirá uma campanha de conscientização.
Negociação
Durante a assembleia, a ADUNEB também fez os informes sobre as reuniões da mesa permanente de negociação com o governo estadual. No último dia 31 teve início a discussão sobre a implantação do regime de trabalho de Dedicação Exclusiva (D.E.). Cerca de 250 docentes das universidades estaduais da Bahia possuem o direito à alteração do regime trabalhista. No momento, o Movimento Docente faz um levantamento de dados demonstrando a importância do trabalho do professor D.E. O documento será entregue ao governo na próxima reunião, dia 15 de agosto. A expectativa é que após a comprovação da necessidade da D.E. na universidade, as duas partes cheguem a um acordo que contemple a totalidade dos docentes, visto que aguardam há anos em uma fila de espera.