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Em um mês de greve professoras/es dão exemplo de resistência, mobilização e responsabilidade



 A greve das/os professoras/es das universidades estaduais da Bahia completou um mês nesta quinta-feira (9). A paralisação por tempo indeterminado é necessária, pois desde o final de 2015 o Movimento Docente tentava abrir uma mesa de negociação com o governo (leia mais). Nesses trinta dias de protesto o alto grau de mobilização evidencia que a greve permanece em crescimento, tanto na capital quanto no interior. Embora o governo demonstre intransigência, a exemplo do corte dos salários, a categoria demonstra disposição à luta, porém, sempre tentando o caminho da negociação junto ao governo.

O Comando de Greve tem definido uma ampla agenda de mobilização, com uma série de atividades que são desenvolvidas, com vistas ao fortalecimento do protesto da categoria e o diálogo com a sociedade. No terceiro dia de greve, em 11 de abril, o movimento já mostrou sua força em uma manifestação na região do Iguatemi/Tancredo Neves, centro econômico de Salvador (leia mais). Em dia 25 de abril aconteceu um ato público, no Campo Grande, também na capital, com a participação de aproximadamente 1.500 professoras/es e estudantes (veja aqui). Nas atividades do 1º de maio, Dia Internacional do/a Trabalhador/a, os manifestantes também marcaram presença (veja aqui). Já no dia 07 de maio, o Centro Administrativo da Bahia foi o palco de uma passeata, seguida de uma audiência pública sobre a crise das Ueba, ocorrida na Assembleia Legislativa (veja aqui).
 
Ato realizado no Campo Grande
 
Atividades também acontecem em vários campi do interior, como Juazeiro, Paulo Afonso, Alagoinhas, Teixeira de Freitas, Guanambi, Jacobina, Itaberaba, Bom Jesus da Lapa, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus, Conceição do Coité, entre outros. Com o apoio do Movimento Estudantil são realizados atos públicos, passeatas, panfletagens, debates, visitas e entrevistas às rádios, audiências em câmaras de vereadores, entre outras ações.
 
A amplitude da greve e da mobilização é evidenciada nas assembleias da ADUNEB. Na atividade desta terça-feira (07), mais de 300 docentes, de vários campi, estiveram presente e contribuíram com as discussões em pauta. Na fala de todas/os a mesma mensagem: As sinalizações do governo não contemplam os pontos presentes na nossa pauta de reivindicações. Portanto, é preciso reabrir a mesa de negociação.
 
Assembleia da terça-feira (07)
Respaldo jurídico
 
Além de sólida, a greve conta com um importante respaldo jurídico. Todas as normas legais estão sendo respeitadas, inclusive os 30% de serviços essenciais. Foi justamente devido a esses cuidados que na segunda-feira (06) a justiça concedeu liminar à ADUNEB, exigindo o pagamento dos salários que haviam sido cortados dos docentes (leia mais). 
 
Contraproposta
 
Nesta mesma quarta-feira (08), de maneira responsável e reforçando a disposição ao diálogo, representantes do Fórum das ADs entregaram ao mediador do governo, deputado Rosemberg Pinto, a contraproposta do Movimento Grevista. O documento foi aprovado nas assembleias da Uneb, Uefs, Uesb e Uesc (leia mais). 
 
A greve faz história. As aulas agora são na rua. A expectativa é que o governo, eleito para defender a classe trabalhadora, se movimente, dialogue com a categoria.