Professoras/es da Uneb decidem por manutenção da greve
A greve das/os professoras/es da Uneb seguirá forte, em toda a Bahia, até que o governo estadual faça uma proposta que contemple as reivindicações da categoria. Essa foi a deliberação aprovada pela assembleia docente, realizada na tarde desta quarta-feira (24), no Campus I da universidade, em Salvador.
Segundo a coordenação da ADUNEB, embora a mesa de negociação tenha iniciado, a proposta divulgada na imprensa pelo governo, na terça-feira (23), ainda está longe de contemplar as necessidades da categoria e das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Um dos pontos da pauta que o governo abriu diálogo diz respeito aos direitos trabalhistas. Porém, as promoções, por exemplo, o número sugerido para Uneb e Uesb não contemplam todos as/os professoras/es que aguardam na fila e, atualmente, são desrespeitados. Quanto às alterações de regime de trabalho, houve o aceno sobre a possibilidade de implantação, mas sem uma proposta concreta, até o momento.
Sobre a questão orçamentária, o governo divulgou a liberação de R$ 36 milhões, que deverão ser repartidos entre as quatro universidades estaduais da Bahia. A coordenação da ADUNEB esclarece que tal recurso não representa acréscimo financeiro, e sim a antecipação de uma parte do orçamento já previsto para este ano. Apenas nos últimos dois anos mais de R$ 110 milhões foram contingenciados das Ueba. Os dados são da Assessoria Técnica de Finanças e Planejamento – Asplan / Uesb.
Foto: Renata Pinheiro
Segurança jurídica
Nos últimos dias, informações que ainda necessitam de confirmação oficial, aventam a possibilidade de corte dos salários dos docentes. A assessoria jurídica da ADUNEB recomenda cautela e informa que todas as ações jurídicas preventivas foram tomadas. Além disso, os advogados continuam em plantão, caso seja necessário impetrar mandado de segurança em prol das/os professoras/es. Uma ação declaratória de legalidade da greve já foi protocolada na justiça. Todas as normas legais foram respeitadas, inclusive a manutenção dos 30% dos serviços da universidade.
Indignação e ato público
O possível corte de salários foi analisado pela assembleia desta quarta-feira como uma tentativa de intimidação do movimento grevista. A ameaça do governo fortaleceu ainda mais o movimento docente que, desde 2016, vinha tentando negociar a pauta de reivindicações da categoria e aposta na continuidade do diálogo.
Como demonstração de que a greve segue forte, nesta quinta-feira (25), centenas de professores e estudantes, vindos de todas as regiões do estado, farão um ato público (leia mais), com concentração a partir das 14h, no Campo Grande, em Salvador.