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Greve, diálogo e forte mobilização trazem avanços para negociações



 Nós docentes, apoiadas/os pelos estudantes, das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), iniciamos uma greve para defender nossos direitos trabalhistas, a autonomia e a valorização das universidades e da profissão docente. Em paralelo, a ADUNEB buscou o diálogo com setores do governo e com parlamentares para abrir canais de negociação.

Na última quinta-feira (11) realizamos uma grande manifestação em frente ao Shopping da Bahia e caminhamos até o jornal A Tarde. Professores e estudantes da Uneb vieram de todo o estado, demonstrando disposição de luta e a certeza de que o movimento é justo, legítimo e decidido em assembleias democráticas, com grande participação, como não se via há muito tempo.

A força do nosso movimento conseguiu demonstrar para os deputados e representantes do governo, que o caminho da negociação séria e franca é a única possibilidade de buscar um acordo que respeite as entidades sindicais, no seu legitimo papel de representantes dos docentes, e o governo como interlocutor que respeita a liberdade de organização e reivindicação da comunidade universitária da Bahia.

Deputados da bancada do PT, com o líder do governo Rosemberg Pinto à frente, assumiram a condição de mediadores e marcaram, com o Fórum das ADs, uma negociação com o Secretário de Estado da Educação, Jerônimo Rodrigues. Além das/os representantes das Associações Docentes, participaram da reunião, na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado Paulo Rangel e os representantes da Secretaria da Educação, Marcius Gomes, e da Secretaria de Relações Institucionais, Mary Cláudia Souza.  

Nessa negociação o Secretário comprometeu-se em estender o projeto de lei das promoções, inicialmente destinados apenas aos docentes da Uesc, para todas as universidades estaduais baianas. Também instituir uma mesa de negociação para que o governo e o Fórum das ADs possam discutir todos os pontos da pauta apresentada. Essa mesa terá caráter permanente para debater o papel das Ueba na Bahia. Isso é um avanço significativo, que aponta para uma discussão mais ampla na qual devemos estar engajados. Para além das questões emergenciais, a categoria deve estar atenta e empenhada na busca de diálogo mais efetivo na construção de um projeto de relação da universidade com a educação básica e desenvolvimento regional do estado.

Esse avanço, que demonstra uma mudança importante na postura do governo, é consequência direta da disposição da categoria em defender suas justas reivindicações.

A intensa participação das professoras e dos professores nas assembleias e atividades, a repercussão do nosso ato nos meios de comunicação, a ida das coordenadoras da ADUNEB nos gabinetes dos deputados, surtiram efeito e estamos colhendo os primeiros resultados. Nossas representações sindicais não poupam esforços na tentativa de construir pontes com o governo, a Assembleia Legislativa, a Reitoria da universidade, com os servidores técnico-administrativos e demais categorias do funcionalismo público estadual.

Nesta terça-feira (16), em uma nova reunião, o governo deverá trazer uma proposta concreta que, após a Semana Santa, será avaliada pela categoria docente em assembleia geral. Ainda temos muitas questões a discutir com o governo, a exemplo do repasse de 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) às Ueba; a reposição integral da inflação do período de 2015 a 2018; o reajuste de 5,5% ao ano no salário base dos docentes para garantir a política de recuperação salarial, referente aos anos de 2015 a 2018; e o cumprimento de demais direitos trabalhistas.

É importante que continuemos insistindo, unidas/os e mobilizadas/os. Somente com uma ampla organização, com firmeza e seriedade, respeitando a decisão da categoria, poderemos avançar em nossas conquistas.

Coordenação ADUNEB