A força da greve conquista reunião com o líder do governo
Após o Governo do Estado desmarcar reunião com os professores depois da deflagração da greve, o líder da bancada governista, deputado Rosemberg Pinto (PT), juntamente com outros deputados, realizou uma reunião com o Fórum das ADs na manhã desta quinta-feira (10) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Na oportunidade, estiveram presentes representações de todas as Associações Docentes (ADs) juntamente com o deputado Paulo Rangel (PT), José Raimundo (PT), Hilton Coelho (PSOL) e Mary Cláudia Souza, enquanto representação da Secretaria de Relações Institucionais (Serin).
A reunião, convocada por Rosemberg, versou sobre questões que envolvem a reabertura de diálogo e o polêmico Projeto de Lei anunciado pelo governador Rui Costa sobre a redistribuição do quadro de vagas do magistério apenas na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Segundo o líder do governo, o PL foi encaminhado para a casa em regime de urgência. Dessa forma, os deputados explicitaram que o objetivo da reunião não era de negociação, mas de discutir os caminhos para a reabertura do processo de diálogo. A representante da Serin destacou, ainda, o desejo de reabertura de diálogo. No entanto, foi informado pelos interlocutores do governador que haverá dificuldade do governo negociar enquanto o movimento docente estiver em greve.
Em contrapartida, os representantes do movimento docente apresentaram as suas ponderações. Para os professores, por parte do movimento, o diálogo sempre esteve aberto. Contudo, o governador tem dificultado a ponte da negociação após quatro anos sem diálogo e suas recentes declarações à imprensa, desqualificando o movimento. “O governador tem feito declarações terríveis com o nítido intuito de colocar a opinião pública contra os professores”, demarcou André Uzêda, coordenador do Fórum das ADs.
Os professores valorizaram o esforço dos parlamentares mas demonstraram a preocupação com o fato de que, na última reunião realizada às vésperas das assembleias, foi ressaltado que o governo negociaria com o movimento docente mesmo que a greve fosse deflagrada. No entanto, isso não ocorreu e o governador estabeleceu diálogo apenas com os reitores.
Após as ponderações, os deputados que compõem a bancada governista apresentaram a proposta de solicitar ao governador o compromisso de: reabertura do diálogo; estender o projeto de lei referente às promoções dos professores da Uesc para as demais universidades estaduais; estabelecer debate sobre o caráter estratégico das universidades estaduais da Bahia. Em contrapartida, solicitaram que o Movimento Docente estabeleça uma “trégua”, o que significa suspender a greve para, então, iniciar as negociações acerca de todos os pontos da pauta de reivindicações.
Na avaliação da coordenação do Fórum das ADs, a estratégia do governo em tentar enfraquecer o movimento grevista com a proposta de PL que beneficiava apenas docentes da Uesc, não cumpriu o efeito esperado pelos gestores. Nas rodadas de assembleias ocorridas nesta quarta-feira (10), os docentes da Uesc também deflagraram greve. As demais assembleias docentes mantiveram a posição de greve por tempo indeterminado. Dessa forma, atualmente, as quatro Universidades Estaduais da Bahia estão com atividades paralisadas. “Nosso movimento está mais unido do que nunca. Resistiremos em defesa dos nossos direitos e da educação”, destacou Uzêda.
Confira aqui a pauta de reivindicações dos docentes na íntegra.