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Professoras/es da Uneb decidem pela continuidade da greve



 A greve das/os professoras/es da Uneb continua e serão intensificadas as estratégias de mobilização e protesto. Esses foram os principais encaminhamentos aprovados na assembleia da categoria, realizada na tarde desta quarta-feira (10), no campus de Salvador. Os docentes demonstraram indignação com as posturas tomadas pelo governo do estado nesse início de greve, que vem tentando confundir informações e colocar a opinião pública contra os professores. 

Durante a assembleia, a coordenadora da ADUNEB, Ronalda Barreto, fez o repasse de uma reunião ocorrida, nesta manhã, entre as representações docentes, deputados da Assembleia Legislativa e representante da Secretaria de Relações Institucionais. Embora não tenham apresentado nenhuma proposta concreta, os políticos acenaram com a possibilidade de serem os mediadores entre o movimento grevista e o governo. Já os docentes demonstraram disposição ao diálogo, porém, defenderam a manutenção da paralisação até que as negociações sejam realizadas e a pauta de reivindicações atendida.

Ato Público no Iguatemi

Como uma das ações de intensificação da mobilização, nesta quinta-feira (11), a partir das 9h, em frente ao Shopping da Bahia em Salvador, acontece um grande ato público A manifestação, convocada pelo Fórum das ADs, contará também com a presença de estudantes e servidores. O tema será “A educação também merece investimento tamanho G”. O objetivo do ato é dialogar com a sociedade baiana sobre os motivos para a greve das universidades.

Liberação de recursos já previstos

Entre os fatos que aumentaram a indignação das/os professoras/es está a informação, divulgada na terça-feira (09), de que o governador faria a “liberação imediata” de R$ 36 milhões para ser repartido entre as quatro instituições de ensino. De acordo com a ADUNEB, o orçamento em questão não significa um acréscimo, mas apenas a antecipação de um recurso que já pertencia à Uneb e está previsto no atual orçamento. Portanto, a ação não dialoga com a pauta da categoria docente. 

Folha de pagamento

O governo também divulgou que, nos últimos quatro anos, houve um crescimento da folha de pagamento dos servidores em 19,35%. Os professores reafirmam que o último aumento real, ou seja, acima da inflação, ocorreu apenas em 2013. Já o pagamento da recomposição da inflação é negado aos servidores públicos desde 2016, que, acumulado, causa uma corrosão dos salários dos docentes, superando os 25%. O percentual informado pelo governo é decorrente apenas dos incentivos de pós-graduação (um direito da categoria) e, resultantes de vagas por falecimentos, aposentadorias ou exonerações que foram usadas para as poucas promoções.

Encaminhamentos da assembleia

Entre os principais encaminhamentos da assembleia estão a solicitação do agendamento de uma reunião com o reitor da Uneb, José Bites, e outra com o Fórum dos Reitores das quatro estaduais baianas. 

Foram aprovadas duas moções de apoio: a primeira à greve dos docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que já dura quase um mês; e a segunda aos professores indígenas da Bahia, também em greve. Uma moção de repúdio foi deliberada contra a violência do Estado, pela tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, em que uma família foi fuzilada com 80 tiros, levando à morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos.
 
Com informações do Fórum das ADs.