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Assembleia da ADUNEB encaminha a construção da greve



 A construção da greve, com intensa participação docente, como resposta ao prejuízo à categoria docente e desmonte das universidades estaduais baianas. Esse foi um dos encaminhamentos da assembleia geral da ADUNEB, realizada nesta quinta-feira (21), no auditório do DTCS – Campus de Juazeiro. 

As/os professoras/es manifestaram profunda indignação com os ataques do governo às universidades. A mais recente revolta na categoria ocorreu a partir da alteração do Estatuto do Magistério Superior. A nova norma aprovada na Assembleia Legislativa, em 20 de dezembro, retira dos docentes em regime de Dedicação Exclusiva a possibilidade de destinar maior tempo para a atuação em pesquisa, extensão e na pós-graduação (leia mais).
 
Ainda sobre a alteração do Estatuto, a assembleia também fez crítica à falta de diálogo do reitor com o Movimento Docente, sobretudo, na aprovação via ad referendum de resolução, que adequou as normas da universidade às alterações impostas pelo governo.
 
Estado de Greve
 
Ações de mobilização nos campi e uma assembleia para pautar o Estado de Greve são planejadas para as primeiras semanas de aula do ano. A conclusão dos professores é que motivos não faltam para a deflagração da greve. Além da alteração na carga horária, várias outras questões prejudicam a categoria: corte da licença sabática e das passagens docentes intermunicipais; retirada de adicional de insalubridade; contingenciamento orçamentário; ausência de autonomia universitária; aumento da alíquota previdenciária para 14%, o não pagamento, desde 2015, da recomposição inflacionária, que gera um prejuízo de mais de 25% no bolso do professor e, especialmente, o desmonte do Planserv, com servidores obrigados a tirar dinheiro do próprio bolso para serem atendidos.
 
Finanças
 
Preocupada em fazer uma administração transparente e com uso responsável da contribuição financeira dos sindicalizados, a nova coordenação da ADUNEB informou que adotou regras minuciosas para a gestão do orçamento. Uma das ações foi a implementação de um gerenciador financeiro do Banco do Brasil. Em breve também será divulgado o balancete dos primeiros três meses de mandato. 
 
Pauta local
 
Vários docentes relataram a preocupação com a falta de preservação com a Bacia do Rio São Francisco. A questão que já afetava o rio, que passa pelas regiões que estão vários campi da Uneb, ficou mais preocupante a partir da destruição que a Vale do Rio Doce provocou em Brumadinho. De acordo com especialistas presentes na assembleia, é real o risco dos resíduos tóxicos chegarem ao São Francisco. Como encaminhamento, foi deliberada a criação de um GT da ADUNEB para ser um espaço aglutinador, de aprofundamento das discussões e apoio às ações do recém-criado Fórum Permanente em Defesa do Rio São Francisco.
 
Outro item relacionado à pauta local é a necessidade de infraestrutura para o funcionamento de novos prédios que abrigam cursos de graduação e da pós-graduação. Após a elaboração de uma lista com os materiais que faltam, o Movimento Docente irá discutir a questão com a Reitoria e o Conselho Universitário.