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Nota da ADUNEB sobre os assassinatos de Jerrian Silva e Aroldo Souza



 O Brasil é o país das Américas que mais assassina defensores dos direitos humanos. Apenas no ano de 2016, 75% dessas mortes de ativistas ocorreram em território nacional.  Até agosto de 2017, já haviam registrados 62 assassinatos no país. Os dados são da Anistia Internacional e foram divulgados em fevereiro de 2018.

A intensificação da onda reacionária e a atual apologia à violência, infelizmente, tem colaborado para o aumento dos índices apurados pela Anistia Internacional. Nesse contexto, a Uneb vem somando a perda de valorosos ativistas. Nesta segunda-feira (12), o estudante de Ciências Sociais do campus de Salvador da Uneb, Jerrian Cunha Silva, foi morto a tiros por dois homens em uma moto, no bairro Narandiba. Silva era assessor parlamentar na Assembleia Legislativa da Bahia.

Quatro dias antes, na quinta-feira (08), o ex-aluno da Uneb de Irecê e atual presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Central (BA), Aroldo Pereira de Souza, faleceu após também sofrer um atentado a tiros. O crime aconteceu no povoado de Larguinha, próximo a Central. Souza estava à frente da greve de professores da rede pública municipal.

Ainda segundo o relatório da Anistia Internacional, entre as principais vítimas estão defensores do meio ambiente, do direito à terra e líderes comunitários que defendiam o direito das mulheres e de grupos LGBT. Na Bahia, o ataque às comunidades LGBTs necessita de atenção especial. Dados divulgados em maio de 2017, pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) mostram que o estado é o segundo do país com o maior número de mortes de LGBTs. A média é de 4,6 pessoas assassinadas por mês.

A coordenação da ADUNEB manifesta enorme pesar pelos assassinados ocorridos, ressalta ainda extrema preocupação pelo aumento do conservadorismo e ataques aos ativistas, defensores dos direitos humanos. O uso desnecessário da violência, seja por representantes do Estado, milicianos, empresários, fazendeiros ou outros setores que defendem o status quo, tem levado a cabo o extermínio de negras e negros, pobres, moradores das periferias, lideranças feministas, indígenas, defensores das minorias e dos direitos dos trabalhadores. Na defesa do nosso povo, da democracia social, econômica, política e racial, urge a necessidade de união de todas as organizações políticas de esquerda. Nenhum passo atrás.

Ninguém solta a mão de ninguém!

Coordenação ADUNEB