Estudantes do campus I organizam a resistência à onda fascista
Diante do avanço do conservadorismo e da onda fascista que ameaça a democracia do país, as/os estudantes do campus I da Uneb, nesta quarta-feira (10), realizaram duas plenárias. A primeira no horário do almoço e a última no início da noite. De acordo com as/os presentes nas atividades, a necessidade de organização da resistência se fez necessária, sobretudo, após o 1º turno das eleições presidenciais.
As plenárias tiveram a participação de estudantes dos quatro departamentos do campus I. Inúmeras falas ressaltaram a preocupação com o discurso de propagação do ódio e violência às minorias feito pelo candidato à presidência pelo PSL. Para ajudar a barrar o movimento reacionário, as/os estudantes defenderam a união de todas e todos, com ações organizadas. Um dos encaminhamentos foi a criação de um comitê antifascista da Uneb. A agenda de mobilizações será tanto na Uneb quanto nas comunidades vizinhas, escolas, espaços comunitários, entre outros. A Reitoria, ADUNEB e Sintest serão convidadas a apoiar o comitê.
Presente na plenária do Movimento Estudantil, a coordenadora geral da ADUNEB, Ronalda Barreto, ressaltou que o candidato de extrema-direita propõe a privatização das universidades públicas. “Há muito tempo denunciamos o processo de privatização da universidade, que já vem sendo implantado aos poucos por meio de várias medidas. Isso criou a ambiência necessária à privatização, que pretende ser colocada em prática e se consolida com uma ditadura. A candidatura fascista tem, entre outros, esse objetivo”. Ronalda relembro ainda que a trajetória de Bolsonaro tem semelhanças com a história de Hitler, que foi eleito pela maioria do povo alemão, com discurso moralista e religioso.
Plenária do período noturno
Estudante do curso de Nutrição, Luciene dos Santos Lima, era adolescente quando terminou a ditadura militar no Brasil. Ela está preocupada com a possibilidade de um governo ditatorial. “Em 1985, começamos a respirar a democracia no Brasil. Tivemos o retorno da nossa intelectualidade do exílio. Conquistamos participação popular, políticas que realmente foram engendradas com a participação das comunidades. A impressão que tenho agora é que corremos um risco muito grande de voltarmos ao passado”, comenta Luciene.
A união de toda a comunidade acadêmica, principalmente dos estudantes, é vista como fundamental pelo graduando de Ciências Sociais, Matheus Araújo de Oliveira. “Acho importante essa unidade da Uneb para que possamos nos defender dos ataques dos eleitores reacionários. Temos que partir para a luta, fazer a unidade. Precisamos também ir além da universidade. Temos que estar nas quebradas, nos bairros que moramos, nos rolês, nas batalhas de MC’s, em todos os espaços que os estudantes estejam presentes”, encerrou Oliveira.