ADUNEB faz ampla mobilização e lança campanha Nos Respeite!
A ADUNEB promoveu no Campus I, em 27.09, o lançamento da campanha “Nos Respeite!”. Com o objetivo de ressaltar a importância da Uneb e os problemas da categoria docente, as coordenadoras do sindicato e um grande grupo de apoio conseguiram mobilizar a comunidade acadêmica. Foram inúmeras atividades que, além das/os professoras/es, contaram com a participação de estudantes, servidoras/es técnicas/os e integrantes das localidades vizinhas que utilizam os serviços da universidade. O Movimento Docente de outros campi da Uneb também realizou ações locais, a exemplo de Barreiras e Coité. A ampla mobilização promovida pela ADUNEB ainda integrou o Dia Nacional de Lutas das Universidades Estaduais e Municipais, organizado pelo ANDES-SN.
Entre outras atividades, com muita disposição, escuta e acolhimento à comunidade acadêmica, foram realizadas panfletagens, um ato público no portão da universidade, abordagens em salas de aula, além de bate-papos na entrada dos departamentos. No final do dia ocorreu o Caruru da Democracia, servido para mil pessoas. As apresentações artísticas do Sarau da Democracia fecharam a noite, com a certeza do sucesso do dia de mobilização.
Campus de Barreiras - Mesa: Políticas de formação e valorização da educação. Expositoras Dra. Nilza da Silva Martins,
a mediadora Dra. Márcia Virgínia Pinto Bomfim e Dra. Marilde de Queiroz Guedes
Em todas as atividades, o Movimento Docente denunciou, entre outros problemas, o contingenciamento do orçamento da Uneb, que até o mês de maio apenas 47,88% das concessões previstas para o período haviam sido liberadas pelo governo estadual. Mais de 350 docentes também aguardam, em uma fila, as promoções a que possuem direito. De acordo com o anuário 2017 da instituição, a Uneb possui cerca de 263 grupos de pesquisa, 120 cursos de graduação, mais de 27 mil estudantes, com ações de extensão em mais de 50% dos municípios baianos.
Satisfeita com o resultado das atividades no campus I, a coordenadora da ADUNEB e docente do campus de Serrinha, Ana Margarete Gomes, foi enfática na defesa da universidade. “Precisamos defender a Uneb dos ataques que vem sofrendo do governo do estado. Temos que garantir a autonomia universitária e os direitos trabalhistas violados. No diálogo com a comunidade acadêmica pudemos mostrar que os recursos financeiros têm sido contingenciados”, afirmou. A professora Margarete também ressaltou como positiva a estratégia de construir a mobilização por meio do diálogo e envolvimento da comunidade, sem a paralisação e o fechamento dos portões.
Valorização da Uneb
Presença constante nas apresentações do Sarau da Democracia, o docente Fernando Carvalho, do Departamento de Ciências da Vida, aproveitou a oportunidade para deixar seu recado. Diante do contingenciamento imposto à universidade, convidou a comunidade acadêmica a defender a Uneb. “Os nichos de ciência no país estão basicamente nas universidades. Da maneira como as coisas estão sendo conduzidas, logo deixaremos de existir, porque não vamos ter como sustentar, como manter a ciência sem qualquer tipo de apoio ou com apoio reduzido”, comentou Carvalho.
Campus de Coité no Dia de Lutas – Atividade de mobilização
Mobilização efetiva
Professora da Uneb há 33 anos, Maria Alba Guedes, do Departamento de Educação, esteve presente no caruru e ressaltou ser favorável às mobilizações sem fechamento dos portões. Segundo a docente, em paralisações, poucas pessoas aparecem e os problemas não são discutidos. “É uma iniciativa política de desmobilização e esvaziamento”, comentou Alba. Embasada em sua experiência, a professora comentou ainda que o aumento da mobilização só ocorrerá a partir de muito trabalho, competência nas estratégias e a continuidade das ações junto à comunidade acadêmica. “Você pode utilizar dez minutos de cada aula, por exemplo, para discutir o orçamento, porque são informações abertas, do Diário Oficial. Isso dará credibilidade à ADUNEB junto à base”.
União
Desde o período da manhã, a graduanda em Pedagogia, Vaneska de Oliveira, participou da mobilização. Ela foi uma das integrantes da oficina de cartazes e defendeu a união de todas e todos pela valorização da Uneb. “Vejo um momento de luta, não só dos docentes, mas também dos estudantes. Estamos mostrando que nós também nos importamos com os problemas da Uneb, porque aqui é a nossa casa. Não podemos deixar que os investimentos sejam menores, a maioria de nós não tem condições de pagar uma universidade particular”, comentou Vaneska.
Oportunidade de conhecimento
Sobre o lançamento da campanha “Nos Respeite!”, o coordenador geral do Sintest, Firmino Júlio, entende o momento como oportuno. “As universidades públicas sofrem vários ataques. A nova campanha da ADUNEB é muito importante no sentido de fazer um alerta à sociedade, de mostrar o valor da universidade como representação efetiva de conhecimento, de transferência e oportunidade de conhecimento para a própria sociedade. Se deixarmos de existir será o fim do ensino público superior, gratuito e inclusivo.
Veja aqui as fotos de todas as atividades do dia de mobilização.