O espaço universitário
*Roberto Nunes Dantas
Somos quem, afinal, neste privilegiado espaço dito acadêmico? Do mesmo modo, ele também se constitui num espaço real de vivências as mais relevantes. Isto posto, o que queremos nesse mesmíssimo espaço?
A vida, que é tão efêmera, a cada novo espaço que ela disponibiliza, sutilmente nos cobra sensibilidade, ética, altivez e, logicamente, responsabilidades. Hoje, mais do que nunca, cobra-nos noções frequentes de respeito às diferenças!
Mentalizados esses importantes “sentimentos”, feitas diariamente as reflexões, havemos de buscar, cotidianamente, a paz para as nossas relações, pois que dela sendo parceiros muito mais facilmente resolveremos as naturais dissensões e mais prazerosa será a convivência, ainda que esta seja marcada por instintos contrários. Aliás, não há como imaginar e nem se desejar um espaço de vivência de pessoas iguais, até porque não haveria qualquer enriquecimento pessoal para ninguém, além de provavelmente se tornar tal espaço algo insosso, desmotivador, sem alma! Devemos fazer um saudável esforço para aceitar as pessoas que nos parecem ou mesmo são tão diferentes de nós, buscando, inclusive, a interação/compreensão de conhecimentos e emoções.
Não há dúvida de que se pode – desejando-se é óbvio! – superar as adversidades pessoais e, com honesta compostura, verbalizar as discordâncias, dialogar aberta e livremente, para o alcance mínimo de uma convivência sadia. Portanto, livre, porém respeitosa, deve ser franqueada a nossa capacidade de expressão e, ao mesmo tempo, disponível e paciente deve ser a de escuta!
E sendo, especialmente, esse espaço de vivências uma Casa do Saber, como o é a UNIVERSIDADE, a sensibilidade para o alcance de um sadio entendimento e para uma mínima aceitação torna-se, por conseguinte, imperativa, diria mesmo decisiva para a boa continuidade das relações. Sabe-se, de longa data, que há verdade na velha máxima: “conhecimento é poder”! E se sabe mais ainda que o poder às vezes insufla egos ou até corrompe sentidos, não raro causando disputas deletérias e injustas desigualdades. Assim, vivendo-se num espectro de tal natureza, necessário mesmo o cuidado cotidiano com as individualidades alheias para que, na longa trajetória dessa rica convivência universitária, as relações não descambem para vis concorrências, para inimizades que tão somente estragam a vida de cada qual e da coletividade. Há de se entender que neste valioso e privilegiado espaço aprende-se no processo e que as parcerias são de fundamental importância para a conquista dos êxitos esperados.
Façamos as devidas reflexões e que a humildade seja o sentimento.
* Professor Roberto Nunes Dantas, do Departamento de Ciências Humanas da UNEB