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Subseção da ADUNEB em Teixeira de Freitas realiza atividade no mês das mulheres



Em aderência à agenda internacional de 8 de março, a subseção departamental da ADUNEB do Campus X, realizou na última semana (26/03), no Auditório da UNEB, Campus X - Teixeira de Freitas, uma roda de conversa, com aproximadamente 150 participantes, tendo em pauta as Trajetórias de mulheres nas lutas pelo território.

Na mística de abertura, discentes do curso de Pedagogia, VII semestre, trouxeram para a roda ativistas afro-brasileiras e indígenas, trabalho organizado pelas professoras   Helânia Thomazine Porto e Lúcia de Fátima Oliveira de Jesus, que resultou no “Abecedário de ativistas afro-brasileira e indígenas”.

Deram prosseguimento as convidadas, três trabalhadoras ativistas: a cacica Tainá Pataxó Hã-Hã-Hãe, da aldeia Renascer, a educadora e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Djacira Maria de Oliveira e a educadora e militante da Teia do Povos e do Assentamento Terra Vista, Solange Brito Santos. De seus lugares socioculturais e políticos, apresentaram suas táticas e estratégias de enfrentamento aos sistemas opressores, principalmente ao patriarcado e ao capitalismo, e seus desdobramentos, como o machismo, as violências de gênero e à violação dos direitos à vida, ao território e a agroecologia sustentável.
 
Pensar a categoria ‘trabalho’ interseccionado pela questão de gênero, no evento organizado pela subseção da ADUNEB Campus X, possibilitou visualizar nas lutas empreendidas pelas ativistas, pelo território ancestral e coletivo, a aproximação com os embates de trabalhadoras/res do Ensino Superior. Nos enfrentamentos históricos comuns à classe trabalhadora, as conquistas são alcançadas pela participação coletiva e por uma dialética inclusiva. 

E, por uma concepção de formação emancipatória, o evento ganhou força com a participação da comunidade acadêmica e externa, sendo o espaço público um lócus de comunicação e de participação, em que outros formatos de organização social e de se fazer política foram apresentados nos relatos das mulheres convidadas e de outras da plenária.
Percebeu-se ainda que, pela participação do público, o evento promoveu importantes reflexões acerca dos saberes e fazeres dessas mulheres em suas comunidades, revelando a importância da participação popular, por meio de linguagens inclusivas capazes de colaborar para a percepção mais crítica e política da realidade, salvaguardando a deferência às diferenças e subjetividades.

Quanto à participação de estudantes do DEDC-X, percebeu-se que o evento corroborou para se pensar a educação transversalizada pela questão de gênero, ainda que no campo das micropolíticas, suscitando assim visualizar outras configurações de enfrentamento às injustiças sociais, especificamente às opressões às mulheres. 
Entretanto, é importante considerar que, apesar da importância da realização de eventos dessa natureza, há de se fortalecer junto à ADUNEB, políticas afirmativas de gênero, incluindo o combate ao assédio moral e à negligência ao atendimento de mulheres e homens pelo Planserv. A luta é coletiva e não cessa!

Texto: Prof. Helânia Porto
Colaboração: Cecilia Mourão, Luzeni Carvalho, Karina Sales e Nalva Bogo