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Após governo, novamente, recusar negociação, docentes da Uneb discutirão indicativo de greve



 A diretoria da ADUNEB conclama professoras/es para discutir, em assembleia geral, a aprovação do indicativo de greve da categoria docente, nesta segunda-feira (09), às 14h, no auditório do sindicato, no Campus I da Uneb, em Salvador. A assembleia é necessária após o governo do estado, mais uma vez, negar a abertura das negociações ao Movimento Docente das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). O indicativo de greve já foi aprovado pelos professores de Uefs, Uesc e Uesb. Após quase um ano de tentativa de diálogo com o governo do estado, a aprovação do indicativo e o avanço na construção da radicalização são vistos pela diretoria da ADUNEB como os caminhos necessários a seguir.

A mais recente atitude de descaso do governo Rui Costa com as Ueba aconteceu em 27 de setembro, durante o ato público de professores e estudantes, realizado em frente à Secretaria Estadual da Educação (SEC), na capital baiana. A solicitação de negociação da comunidade acadêmica teve como resposta grades de proteção, policiais militares e mais descaso por parte do governo Rui Costa. Após intenso protesto, a comissão de docentes e estudantes foi recebida apenas pela chefe de gabinete do secretário da Educação, Walter Pinheiro, que informou não ter autorização para negociar nada em nome do governo.
 
Polícia Militar a grades contra a educação pública
 
Segundo a diretoria da ADUNEB, a pauta de reivindicações da categoria foi protocolada em 19 de dezembro do ano passado. Desde então, o Fórum das ADs, que reúne representações docentes de Aduneb, Adufs, Adusc e Adusb tenta sensibilizar o governo para os problemas que impactam as Ueba e a categoria docente. Inúmeras mobilizações, protestos e paralisações já foram realizadas. Irredutível, o governo vira as costas a docentes, técnicos e estudantes. “Todas as nossas conquistas só vieram depois da demonstração de muita força e união. É hora de nos unirmos a Uefs, Uesc e Uesb no indicativo de greve. Somente o avanço nas mobilizações poderá fazer os representantes de Rui Costa ceder à negociação”, afirmou o diretor da ADUNEB, Milton Pinheiro.
 
Manifestação na SEC, em 27 de setembro
Problemas
 
Sem recomposição inflacionária há mais de dois anos, os professores e técnicos possuem uma corrosão salarial de mais de 20% no bolso. Mais de 440 docentes ainda têm seus direitos trabalhistas de promoção e alteração de regime de trabalho travados pela Secretaria Estadual de Administração. A licença sabática foi cortada, o que dificulta o aprimoramento dos estudos de pós-graduação em tempo integral. Problemas de corte de passagem docente, de adicionais de insalubridade e atrasos de bolsas são constantes. Faltam restaurantes universitários em todos os campi da Uneb. Posto médico só existe no campus de Salvador. O atual baixo repasse orçamentário de apenas 5% da Receita Líquida de Impostos não supri as demandas em ensino, pesquisa e extensão, o que gera um quadro de falta de infraestrutura e desmonte das Ueba.
 
A diretoria da ADUNEB relembra que todos os professores dos campi do interior, filiados ao sindicato, que vierem à assembleia terão seus custos com passagem terrestre reembolsados pela ADUNEB. Para tanto, basta que o docente faça, pelo menos 24 horas antes da assembleia, a solicitação de reembolso ao setor financeiro do sindicato.
 
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