Nota de Repúdio da ADUNEB ao assassinato da jovem Helem Moreira
A diretoria da ADUNEB manifesta enorme pesar e extremo repúdio à brutal morte da militante quilombola e recém-formada pedagoga pela Uneb, Helem Moreira. De acordo com informações da Polícia Militar, a jovem de 28 anos foi assassinada com facadas no pescoço, dentro de casa, no Município de Vera Cruz, na última sexta-feira (9). O suspeito é o próprio companheiro, um rapaz de 25 anos, taxista, que fugiu do local, após pedidos de socorro da vítima. Antes da fuga, o pai do rapaz, primeira pessoa a chegar ao local, ainda pediu para que o taxista socorresse Helen.
Estudante exemplar, Helem Moreira foi atuante no Movimento Estudantil da Uneb e era muito querida no Campus I. Atualmente atuava como pedagoga em Vera Cruz e participava como uma das coordenadoras do Quilombo Ilha. O crime bárbaro deixou a comunidade acadêmica em choque. Reuniões estão sendo agendadas para a organização de um ato de protesto contra o violento assassinato.
Para a diretoria da ADUNEB, os sonhos e as lutas brutalmente interrompidos de Helem, assim como de centenas de outras mulheres assassinadas no Brasil, precisam ser considerados feminicídios, frutos do machismo e do patriarcado perpetuados há séculos no país. A diretoria da ADUNEB se soma a indignação de toda a comunidade acadêmica para exigir rápida investigação e punição exemplar ao culpado, de acordo com os rigores da lei.
Pesquisa recente do Observatório da Mulher Contra a Violência e do Data Senado mostra que o número de mulheres vítimas de agressão doméstica cresceu nos últimos dois anos 61%. Para piorar o quadro, o governo ilegítimo de Michel Temer cortou mais de 60% da verba destinada à mulher em situação de violência. Das 1116 mulheres entrevistadas, de 29 de março a 11 de abril, 77% delas confessaram saber pouco sobre a Lei Maria da Penha. Os dados foram divulgados em reportagem do site Brasil de Fato, no último sábado (10).
Vidas de mulheres importam! Vidas de negras importam! Machistas não passarão!